Igrejas do Sul Global apresentam documento

“Um apelo pela justiça climática e a Casa Comum”

Cardeal Jaime Spengler durante coletiva de imprensa para apresentação do documento / Foto: Reprodução Vatican News no YouTube
Cardeal Jaime Spengler durante coletiva de imprensa para apresentação do documento / Foto: Reprodução Vatican News no YouTube

Em vista da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) que será realizada em Belém (PA), as Igrejas do Sul Global produziram um documento contendo algumas preocupações diante dos efeitos da crise climática que o mundo atravessa.

Intitulado “Um apelo pela justiça climática e a Casa Comum: conversão ecológica, transformação e resistência às falsas soluções”, o documento foi apresentado ao Papa Leão XIV em uma audiência realizada nesta terça-feira, 1º. Entre os presentes no encontro esteve o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho, Cardeal Jaime Spengler.

Posteriormente, o texto também foi apresentado em uma coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé. Em sua intervenção, o Cardeal Spengler destacou que o documento não é um gesto isolado, mas fruto de um discernimento coletivo entre as Igrejas do Sul Global – Ásia, África e América Latina.

“O documento contém os principais pontos de defesa, propostas e denúncias feitas pela Igreja, de acordo com o Magistério do Papa Francisco e do Papa Leão XIV, em relação à crise climática e às questões que estão sendo discutidas na COP30”, frisou o presidente do Celam.

Conversão ecológica

Ele também afirmou que o texto denuncia o mascaramento de interesses sob nomes como “capitalismo verde” e “economia de transição”, que perpetuam lógicas extrativistas e tecnocráticas. “Rejeitamos a financeirização da natureza, os mercados de carbono, as ‘monoculturas energéticas’ sem consulta prévia, a recente abertura de novos poços de petróleo, ainda mais grave na Amazônia, e a mineração abusiva em nome da sustentabilidade”, expressou Spengler.

Diante disso, o cardeal reafirmou o compromisso da Igreja em educar na ecologia integral, acompanhar as comunidades que sofrem e permanecer vigilantes com um Observatório de Justiça Climática aos cuidados da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama) e que promoverá, entre outros estudos, o monitoramento dos níveis de carbono no país.

“Estamos convencidos de que a conversão ecológica não é uma opção para os cristãos, mas um chamado do Evangelho, e acreditamos, com a esperança pascal, que ainda é possível mudar de rumo. Faremos isso com os pés no chão e o coração no Reino”, concluiu.

Fonte: Canção Nova / Com Vatican News

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