O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Jaime Spengler, assinou, no final da manhã desta quinta-feira, 3 de julho, o segundo acordo de cooperação técnica entre a Conferência Episcopal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A cerimônia contou com integrantes do órgão ligado ao Ministério da Cultura, liderados pelo presidente, Leandro Grass, e com a participação dos bispos que compõem o Conselho Permanente da CNBB.
Esse novo acordo firmando entre a Igreja Católica e o Iphan prevê o tema dos desafios e alternativas para recuperação e manutenção do Patrimônio Cultural da Igreja Católica no Brasil, incluindo a possibilidade de um fundo nacional para preservação prédios históricos, Igrejas e obras de arte.
O primeiro teve o objetivo de realizar ações conjuntas entre as instituições que buscaram a identificação e a produção de diagnóstico sobre o patrimônio cultural; o estabelecimento de diretrizes para intervenções nesse patrimônio cultural e o fomento à sua conservação; a produção de material instrucional para a capacitação de quadros da CNBB e de seus colaboradores com vistas à preservação, conservação e promoção do patrimônio cultural.
Em sua fala, dom Jaime destacou que os bens culturais de posse da Igreja Católica pertencem ao povo brasileiro e sua história, as quais “trazem marcas da fé e da coragem dos nossos antepassados”. Ele disse ainda que o acordo “não nos favorece simplesmente como instituição, mas favorece a nossa cultura e a tradição do nosso povo”.
“Que possamos avançar nesse caminho de cooperação recíproco, e colaborar para que as futuras gerações possam contemplar o que os antepassados, com fé e coragem, construíram”.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou o diálogo no processo de construção do acordo e agradeceu o apoio dos bispos, padres e leigos que contribuíram na elaboração do documento. Ele destacou ainda o número de 32% dos bens tombados pelo Iphan fazerem parte do patrimônio cultural católico e os desafios grandes do ponto de vista de sua manutenção e conservação, especialmente com a impossibilidade de comportar essas ações no orçamento público.
Uma saída é a busca de parcerias, especialmente via Lei Rouanet, que pode mobilizar empresas para que aportem recursos, o dinheiro de tributos que deixam de ser recolhidos para serem aplicados na cultura. Leandro ainda recordou a articulação das equipes de bens culturais dos regionais, que podem articular projetos com estados e municípios. “Termos as comissões regionais vai nos ajudar muito nesse grande projeto de preservação”, afirmou.
Para ele, ver a satisfação dos padres quando veem seus espaços sendo restaurados, não têm preço. “Não são só grandes iniciativas públicas, mas a vida do povo, aumenta a autoestima, a alegria”, contou.
Fonte: CNBB / Luiz Lopes Jr