Por Pe. Helio Fronczak 

 

 

A imagem da árvore que teima em soltar suas folhas ao vento, enquanto alguém, numa tentativa diligente, mas em vão, as varre e as ajunta num recipiente, porém continua a ver outras folhas novamente espalhadas pelo chão, é um espelho para muitas de nossas experiências cotidianas. “Se ainda venta, não adianta varrer; espere o momento certo para agir”, diz a legenda e nela reside uma sabedoria ancestral que nos convida à reflexão sobre a paciência e a resiliência em nossa vida.

Quantas vezes nos encontramos a “varrer folhas” enquanto a tempestade ainda ruge? Tentamos resolver problemas complexos com soluções apressadas, insistimos em forçar situações que, claramente, não estão prontas para serem resolvidas, ou nos esgotamos em esforços que se mostram infrutíferos porque o “vento” das circunstâncias ainda sopra com força. Essa imagem nos ensina que há um tempo para o esforço ativo e um tempo para a espera estratégica. Agir no momento inoportuno não apenas desperdiça nossa energia, mas também pode gerar frustração e desânimo, minando nossa capacidade de ação quando o momento propício, finalmente, chegar.

A resiliência, neste contexto, não significa apenas aguentar o vendaval, mas compreendê-lo e adaptar-se a ele. É a capacidade de observar, de manter a calma em meio à turbulência e de discernir qual é a melhor abordagem: se é a de lutar contra o vento ou a de aguardar sua calmaria.

Ela nos convida a cultivar a paciência não como passividade, mas como uma forma de inteligência emocional e estratégica. Esperar pelo “momento certo” não é inação, mas preparação. É o período em que afiamos nossas ferramentas, fortalecemos nossa mente, ajustamos nossa perspectiva e, muitas vezes, permitimos que a própria situação amadureça ou que novas soluções se revelem.

A vida nos ensina, através de metáforas tão simples quanto essa, que a sabedoria, muitas vezes, reside em aceitar o fluxo das coisas e agir com propósito quando as condições estiverem a nosso favor. Assim, nossos esforços serão, de fato, eficazes e duradouros, alinhando-se à inspiração que encontramos na Carta de São Paulo em Gálatas 6,9: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos”. Uma lembrança poderosa de que a perseverança e a paciência serão recompensadas.

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