“O paraense tem uma alma mariana”, disse o padre Wagner Maria, reitor do santuário Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Belém (PA). Neste ano, o sacerdote está envolvido em duas comemorações à Nossa Senhora ao mesmo tempo, já que no domingo (12) celebra-se a solenidade de Nossa Senhora Aparecida e também acontece o Círio de Nazaré, evento de cuja transmissão pela Rede Nazaré de Comunicação o padre é âncora.
“Nossa Senhora de Nazaré não tem um dia como é Nossa Senhora Aparecida, que é dia 12 [de outubro]. Ela é celebrada todo segundo domingo do mês de outubro, independente do dia que caia”, disse o padre sobre a coincidência de datas.
O padre Wagner disse à ACI Digital que a devoção que os paraenses têm por Nossa Senhora de Nazaré é muito grande, algo que faz parte de sua “essência” desde o nascimento.
“O papa Paulo VI, numa visita a Bonária, na Sardenha, na Itália, fez uma exclamação, dizendo que não tem como ser católico sem ser mariano”, recordou o padre, ao destacar que, “para nós, paraenses, é algo que é muito forte”.
“A gente nasce respirando, comendo, vivendo o Círio de Nazaré”, disse o padre, acrescentando que “não saberia nem decifrar” o que acontece.
Para quem é de fora do Pará poder entender, o padre contou que o Círio de Nazaré “é o tempo de a gente receber parentes que moram fora, amigos que moram fora, é o momento de usar, de comprar roupa nova, que não é no Natal e no Réveillon, mas é no Círio de Nazaré”. “Nós temos a ceia, nós temos o almoço depois da procissão que marca essa confraternização”, acrescentou.
O sacerdote destacou que o paraense nasce “com essa espiritualidade mariana, essa devoção à Nossa Senhora de Nazaré”. “Nós respiramos o Círio de Nazaré desde o momento que viemos ao mundo”.
“É uma devoção, é algo mariano que nos envolve, que envolve qualquer um que faz a experiência. Então, é algo que nos coloca, eu diria, nessa catequese cristã desde muito cedo. Nossa Senhora tem esse poder na nossa vida que nos arrasta, nos faz comunicar, nos faz viver a devoção a Ela”, completou.
Mas, o padre Wagner ressaltou que, embora seja uma devoção “de modo muito especial à Nossa Senhora de Nazaré”, vai além e “se traduz, se reproduz também nas outras devoções” aos demais títulos de Nossa Senhora.
“Para você ter uma ideia, em Belém nós temos a Igreja Nossa Senhora de Fátima que anualmente arrastam mais de 300 mil pessoas no dia 12 de maio, na véspera da festa de Nossa Senhora de Fátima”, contou.
O sacerdote disse perceber isso no próprio santuário de Nossa Senhora Aparecida e que se surpreendeu ao chegar lá. “Aqui, o bairro [da Pedreira] é um bairro muito popular, um bairro muito tradicional, no sentido de tempo dele, e a presença da igreja é muito forte e se confunde com a história do próprio bairro, então, há um apelo muito grande por Nossa Senhora Aparecida aqui”, disse.
O padre Wagner contou que, quando acontece de o dia do Círio de Nazaré coincidir com a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, como neste ano, “de manhã está aquela multidão toda lá no Círio, mas quando chega a noite, você diz que não vai dar ninguém, mas o santuário fica lotado, por causa de Nossa Senhora Aparecida”.
Atualmente, o santuário está vivendo o novenário a Nossa Senhora Aparecida que, por causa do Círio de Nazaré, foi concluído na sexta-feira (10), mesmo dia em que aconteceu a procissão de Aparecida. No domingo (12), houve missas no santuário às 7h, 17h e 19h. A festividade será encerrada na segunda-feira (13), com missa às 18h30.
Segundo o padre Wagner Maria, no dia 12 de outubro, a liturgia celebrada em toda a arquidiocese de Belém será a da solenidade de Nossa Senhora Aparecida.
Fonte: ACI Digital / Por Natalia Zimbrão
Fotos: Luiz Estumano
