“Que esta COP seja um ponto de virada”, expressa Núncio no Brasil

Dom GiambattistaDiquattro será o chefe adjunto da delegação do Vaticano na COP30 | Fotos: Sergio Moraes/COP30 | Reprodução TV Canção Nova
Dom GiambattistaDiquattro será o chefe adjunto da delegação do Vaticano na COP30 | Fotos: Sergio Moraes/COP30 | Reprodução TV Canção Nova

Daqui a quatro dias, terá início a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30. O evento, que acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém (PA), reúne representantes de países do mundo todo.

O Vaticano também participará da conferência, com uma delegação de 10 membros guiada pelo secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Pietro Parolin. O chefe adjunto será o Núncio Apostólico no Brasil, Dom GiambattistaDiquattro, que falou à mídia vaticana sobre o evento que se aproxima.

O arcebispo recordou a mensagem do Papa Francisco para a COP28, realizada nos Emirados Árabes Unidos (UAE) em 2023. Nela, o predecessor do Papa Leão XIV afirmou que “é essencial uma mudança de ritmo que não seja uma modificação parcial da rota, mas um modo novo de avançar juntos”.

“Que também esta COP seja um ponto de virada”, completou Dom GiambattistaDiquattro, “e manifeste uma vontade política clara e tangível, que conduza a uma decidida aceleração da transição ecológica”. Ele apontou que as soluções devem ser eficientes, vinculantes e facilmente monitoráveis, abrangendo quatro campos: eficiência energética; fontes renováveis; eliminação dos combustíveis fósseis; educação para estilos de vida menos dependentes destes últimos.

Expectativas da Santa Sé

Em relação ao papel da Santa Sé, o Núncio no Brasil sublinhou o chamado a concentrar a atenção em algumas questões. “Em primeiro lugar, a educação para a ecologia integral aparece como um campo decisivo para enfrentar a crise climática”, citou. Muitos países estão incluindo a dimensão educativa em suas contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) até 2035, e será fundamental acompanhar este processo.

Um segundo aspecto refere-se à implementação do Global Stocktake (GST), adotado na COP28, e ao compromisso correspondente de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Além disso, há a reforma da arquitetura financeira global e sua ligação com o financiamento climático. “Uma reflexão internacional evidencia o vínculo entre dívida externa e dívida ecológica, já evocado na Spes non confundit”, indicou o arcebispo.

Dom GiambattistaDiquattro também falou da Just Transition (transição justa), que deve incluir não apenas critérios econômicos, mas também sociais e ambientais. “A Santa Sé insiste na importância de uma educação transformadora como chave desse processo”, ressaltou. Ele citou ainda o debate sobre o GenderActionPlan, que reflete sobre o peso desproporcional que a mudança climática exerce sobre as mulheres, convidando à promoção de sua participação ativa na implementação do Acordo de Paris.

Por fim, o Núncio sinalizou que, para a delegação, são de grande interesse os dossiês relativos a LossandDamage, Global AdaptationGoal, UAE Framework for Global ClimateResilience, o Artigo 6 do Acordo de Paris, e as questões ligadas à importância da proteção da floresta amazônica, da agricultura e da segurança alimentar.

Fonte: Canção Nova / Com Vatican News

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