
No coração da Amazônia, a COP30, que teve início em Belém (PA) nesta segunda (10), reúne líderes e representantes de centenas de países para debater ações contra a crise climática.
Neste evento global, a Igreja Católica apresenta sua contribuição pastoral e espiritual por meio do programa “Igreja rumo a COP30”, promovido pela CNBB e pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) entre os dias 12 e 16 de novembro.
Em entrevista concedida a Silvonei José, do Vatican News, o arcebispo emérito de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, e o Bispo auxiliar, Dom Paulo Andreolli, falaram sobre as expectativas da Igreja e o impacto da conferência para a cidade e para o mundo.
Dom Alberto Taveira: “A Igreja quer dar alma à COP30”
Para Dom Alberto, a COP30 é uma oportunidade para lembrar que, mais do que o meio ambiente, as pessoas são o centro da criação de Deus.
“A chave para tudo não é o verde, não é a água, não é o ar, mas são as pessoas humanas. E mais do que tudo, a chave está em Jesus Cristo”, afirmou o arcebispo emérito.
Ele explicou que a Igreja se preparou para a conferência “com o coração”, com o objetivo de testemunhar uma ecologia integral, em sintonia com as encíclicas Laudato Si’ e Laudate Deum.
“Nossa responsabilidade é dar alma à COP. Mostrar que vale a pena amar a Deus, amar o próximo e cuidar da natureza”, acrescentou.
Quatro polos de ação pastoral
Durante a COP30, a Igreja estará presente com quatro polos temáticos, organizados para acolher, formar e promover reflexões espirituais.
“Teremos polos formativos, celebrativos e de aprofundamento intelectual. Queremos que todos que venham a Belém se sintam acolhidos, amados e valorizados”, explicou Dom Alberto.
A proposta é fazer da capital paraense um espaço de encontro e comunhão, onde fé e ciência caminhem juntas em defesa da Casa Comum.
Dom Paulo Andreolli: “Ver a sociedade envolvida é um sinal de esperança”
A preparação da Arquidiocese contou com forte engajamento pastoral. Dom Paulo Andreollifoi o responsável por coordenar as ações locais em parceria com diversas instituições e comunidades.
Dom Paulo Andreolli destacou o entusiasmo com o envolvimento popular e o diálogo entre diferentes setores da sociedade durante a COP30.
“É muito bom ver o envolvimento da sociedade civil. Essa é uma oportunidade para criar diálogo inter-religioso e ecumênico. É uma oportunidade única que a Igreja e a sociedade têm”, afirmou.
O Bispo espera que a conferência gere frutos duradouros e inspire novas práticas de cuidado ambiental e espiritual. “Que possamos fazer parte de um processo que seja semente para cultivar no futuro e colher juntos os frutos”, disse.
Uma Belém transformada
A preparação da cidade também foi um desafio logístico, mas os Bispos destacam o espírito solidário do povo paraense.
“É muito difícil, mas dá muita satisfação ver a generosidade do povo de Belém e a rede que se criou em nível nacional para acolher este povo”, contou Dom Paulo.
Para Dom Alberto, a presença da Igreja e de tantas nações na Amazônia tem um valor simbólico profundo:
“Belém é a porta de entrada do mar verde chamado Amazônia. A consciência de que precisamos cuidar da Casa Comum está crescendo. Isso é um sinal de esperança.”
Ao final da entrevista, Dom Paulo resumiu o sentimento dos bispos diante do evento: “Belém será diferente depois da COP30. Com certeza, vai ser melhor, graças a Deus.”
Fonte:Portal A12 / Com Vatican News



