Na manhã desta segunda (25), em uma cerimônia que emocionou a todos que estavam acompanhando presencialmente ou pelos meios de comunicação da Fundação Nazaré, a Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré, retornou ao Glória da Basílica Santuário, conduzida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa e pelos integrantes da Diretoria da Festa. A Imagem da Rainha da Amazônia, ficará no altar-mor, até maio do ano que vem, onde é retirada em uma celebração em comemoração ao aniversário de elevação da Paróquia de Nazaré à categoria de Santuário Mariano.
“Na igreja, uma das coisas mais linda que Nossa Senhora faz, é conduzirmos para participar bem da missa, pois, a Virgem Maria, sempre nos conduz a Jesus. Gesto que fazemos a cada dia de Recírio, mesmo que hoje não tenhamos recebido a permissão de fazer a procissão, mas nós fazemos o nosso Recírio, com simplicidade solene, aqui na igreja, na Basílica. Esse gesto, piedoso que realizamos, Nossa Senhora nos prepara para participar da missa, que é o coração da vida da igreja”, disse Dom Alberto, antes de iniciar a celebração eucarística.
Logo depois, aconteceu a missa do Recírio, presidida pelo Bispo Auxiliar, Dom Antônio de Assis Ribeiro, aberta ao público com um número limitado de fiéis, respeitando as normas de vigilância.
A homilia, ficou por conta do Arcebispo Dom Alberto, que partilhou a graça de mais um círio.
“Estamos terminando a celebração de mais um Círio de Nazaré, mais de 200 anos o povo de Belém, se reúne para manifestar a sua devoção a Nossa Senhora de Nazaré, por obra e graça do amor de Deus, mas também, do esforço e devoção do povo de Belém, essa mesma devoção, se espalhou por todas as partes”, disse o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa.
“Durante esse círio, nós fomos para a casa de Maria, aprendemos o evangelho da família, descobrimos a beleza das nossas famílias, no ano que o papa dedicou a família, no ano dedicado a São José, no tempo da missão, no tempo importante de preparação da assembleia latina e americana e caribenha do povo de Deus, no tempo do nosso sínodo da arquidiocese, quando queremos dizer ‘Belém, uma casa de portas abertas’, a alegria encheu a cidade. Nós, cristãos católicos, não temos o direito de sermos pessoas fechadas, não temos o direito de sermos pessoas que ficam de cara fechada, não temos o direito de sermos homens e mulheres tristes. Queremos fazer que as nossas cidades se encham de alegria e essa é a nossa missão. O Círio traz essa missão!”, afirmou Dom Alberto Taveira.
Pelo segundo ano consecutivo, não foi realizado a tradicional procissão que sai do Santuário, rumo a Capela do Colégio Gentil Bittencourt, por conta da pandemia do covid-19. Ao fim da missa, flores que decoravam a berlinda, foram dadas aos fiéis.
História
Com 28 cm de altura e fisionomia de uma senhora portuguesa, a Imagem Original, encontrada no ano de 1700, pelo caboclo Plácido José de Souza, às margens do rio Murucutu, representa o início da tradição do Círio de Nazaré em Belém do Pará. É uma escultura de madeira em estilo Barroco.
Há registros da primeira procissão do Recírio logo na primeira metade do século XIX, em 1859. Anteriormente, era feito no domingo à tarde com a volta da imagem para a capela do Palácio do Governo. Conhecido como “último ato da festividade nazarena”, ao chegar na praça em frente ao Palácio, a procissão era encerrada com uma missa e com o disparo de fogos de artifício.