Sábado, 27 de agosto, foi realizada a Consagração Celibatária de Daniela Garcia, membro compromissada da Casa da Juventude Comunidade Católica (Caju), a segunda consagração naquela comunidade, formada por leigos da Igreja, mas que possui também sacerdotes e diáconos e, agora, leigas celibatárias. A cerimônia foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa.
A consagração virginal é a mais antiga da Igreja, existia antes mesmo da vida religiosa, ressaltou Dom Alberto. “É uma forma de consagração que liga a pessoa à Igreja, e não a uma congregação religiosa. Expressa a diversidade de chamados de Deus. Uma comunidade como a Caju tem várias vocações: a dos casados, a celibatária, a dos diáconos e padres. São várias expressões que nascem e isso expressa a beleza do carisma”, avalia o arcebispo.
DISCERNIMENTO
Daniela conta que o chamado de Deus em sua vida foi sentido por ela aos poucos, no dia a dia. “Fui percebendo no ordinário da minha vida que eu precisava entregar mais tudo isso a Deus. Uma doação por inteiro. Então, eu me coloquei na escuta de Deus e permiti que Ele me falasse, por meio dos sinais, da realidade diária. Tudo contribuiu para esse discernimento vocacional. Eu digo que o primeiro passo foi essa abertura do coração para esse chamado. Deixei que Deus fosse Deus na minha vida mesmo”.
AGRADECIMENTO
Já consagrada, agradeceu a Deus. Confira, na íntegra:
“Dou graças a Deus, autor de minha vida e da minha vocação. Com sua graça, Ele me sustentou em minha trajetória, me conduzindo como Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas.
Ao nosso Bispo que, generosamente, esteve conosco. Agradeço por ter me acolhido e acompanhado com dedicação e Amor desde a primeira vez que fui com o senhor.
Ao meu fundador, padre Raul, que sempre foi um pai para mim, me acolheu e me amou como um grande pastor que sempre foi e será.
Á Comunidade CAJU, que é a minha vocação, meu tesouro escondido, minha certeza do amor de Deus por mim. Obrigada pela vivencia comunitária que tanto me ensina e ajuda a ser irmã para o meu irmão.
Á minha família, que sempre me apoiou, às vezes até sem entender, mas esteve e sempre estará comigo. Especialmente à minha avó, mãe, irmãs, que me geraram e formaram para vida e me ensinaram a realizar os projetos de Deus em minha história.
A minha Missão Colégio Mirante, representada pelas famílias e pelo meu amado filhão, meu Agostinho Victor Chacon, que aqui se encontram e sou grata pela confiança depositada em mim, diariamente. São todos meus filhos.
Aos meus afilhados, que são a certeza de que esse chamado já vinha falando na minha história há tanto tempo, com os valorosos SIM que dei em cada convite.
Ao grupo “À beira do poço”, que muito me ajudou a fortalecer minha decisão. Espero cada uma aqui ao meu lado. E meu muito obrigada àquela que veio primeiro: Lorena, muito obrigada pela coragem e perseverança em dar o primeiro passo.
Aos meus amigos, que são essas colchas de retalhos em minha história, que foram suporte para mim através da fraternidade e da oração.
A todos os carismas, comunidades, movimentos da Igreja que aqui se encontram, obrigada pelo SIM de cada um, pois fortalece o meu sempre!
JESUS, AMADO MEU, quando eu estava pescando, me pediste teu SIM, mas não sei em que mar estava, rezava, mas já não sei em que parte da oração, caminhava, mas já não lembro a estrada; buscava água, mas já não me recordo em que poço; cobrava imposto, já me esqueci a banca, servia um outro profeta, mas esperava por ti. Quando pediste o meu sim eu era um operário em busca do emprego certo, um ser humano à espera de um motivo. Chegaste e disseste tranquilo: VEM! Hesitei e tu me repetiste: vem comigo, segue-me. Eu não ia a um lugar seguro…resolvi então seguir-te. Agora, não sei bem aonde vou, mas basta-me o motivo: eu sei com quem vou e quem eu devo servir. Quando pediste o meu sim, de uma coisa estava segura: eu estava precisando do melhor caminho. E tu aceitaste ser o meu caminho. Um pouco de tudo o que eu fazia, ficou. Tudo o que eu já fiz, porém, precisou ser um caminho de renuncias, de Cruz e Ressurreição. Os amigos me perguntam se valeu a pena e respondo que sim, vale a vida… Quando disseste vem, eu fui, e continuas dizendo: – vem! E eu continuo caminhando. Hoje rumo ao altar e, um dia, será para te encontrar.”
Ensina o Papa: “Dentro das limitações humanas, nas preocupações do dia a dia, os consagrados e as consagradas vivem a fidelidade, dão razão da alegria que vivem, convertem-se em testemunho luminoso, anúncio eficaz, companhia e proximidade para com as mulheres e homens do nosso tempo que procuram a Igreja como casa paterna. Francisco de Assis, tomando o Evangelho como forma de vida, ‘fez crescer a fé, renovou a Igreja; e, ao mesmo tempo, renovou a sociedade, tornando-a mais fraterna, mas sempre com o Evangelho, com o testemunho.
Pregai sempre o Evangelho e, se for necessário, pregai-o também com as palavras. Esta é a beleza da consagração: é a alegria, a alegria… A alegria de levar a todos a consolação de Deus”. “Não há santidade na tristeza. Não andeis tristes como os que não têm esperança” (1Ts 4, 13). “A alegria não é um adorno inútil, mas exigência e fundamento da vida humana. Nas preocupações de cada dia, todo o homem e mulher procura alcançar a alegria e permanecer nela com todo o seu ser.
Senhor, Tu me seduziste, e eu me deixei seduzir, foste mais forte do que eu e Venceste.