O portal da CNBB conversou com ministros e ministras da Sagrada Comunhão Eucarística que ofertam seu serviço pastoral à Igreja no Brasil por meio desse ministério. Ir ao encontro daquele enfermo, do abandonado, do fragilizado e levar Jesus, o amor e o conforto é a síntese da experiência dos MESCES que conversamos.
Vera Nilde Maciel Miranda serve na como MESCE na paróquia São João Evangelista, no bairro Mussurunga, na arquidiocese de São Salvador da Bahia. Ela conta que “servir à Igreja levando a Sagrada Eucaristia ao irmão, é levar a Igreja até ele; é fazer com que o irmão sinta a real presença de Cristo ali no seu leito, no seu canto; é levar o conforto de Cristo, a paz; é levar sobretudo o Amor”, disse.
Com apenas 9 meses de atuação como ministra, Audenise Conceição Costa da Silva, da paróquia São Lucas, na diocese de Maceió (AL), diz que a sensação de levar a Eucaristia a um enfermo é de amor e gratidão.
“Amor porque levar Jesus Cristo ao irmão é levar o alimento que fortalece nossa fé em Jesus pois ele é o alimento que nos fortalece na nossa caminhada cristã e gratidão pois me sinto privilegiada por poder fazer parte desse momento na vida dessas pessoas que mesmo diante de alguma situação sem esperança ainda acredita e espera em Jesus um milagre”, revela.
Para Alencar de Andrade, da paróquia São Roque de Faxinal do Soturno, arquidiocese de Santa Maria (RS), estar a serviço da Sagrada Eucaristia, representa viver o senso de pertença à comunhão eclesial, dada a ele através do batismo. “E poder servir à Igreja, de modo especial na pessoa do doente, me realiza por poder viver e sentir o milagre que a Eucaristia faz aos que a recebem”.
Alencar enfatiza ainda que tem percebido, diversas vezes, que pessoas se emocionarem ao receber a Comunhão. Segundo ele, poder proporcionar a experiência da comunhão aos que não podem mais ir à igreja, o alegra e o faz vibrar interiormente.
“Sabemos que somos finitos nesta terra. Estamos de passagem. Poder compartilhar das tristezas e sofrimentos e também das alegrias e esperanças causados pela doença ou mesmo idade avançada, me faz sentir-me também frágil, dependente da graça divina. As várias experiências já vividas e contempladas me fazem sentir, cada vez mais, a necessidade de ter uma intimidade maior com o Cristo Eucarístico, e buscar vê-lo na pessoa do irmão necessitado”.
Caminhar juntos
A mensagem para o XXXI Dia Mundial do Doente e em pleno percurso sinodal, o papa Francisco convida os cristãos a refletir sobre o fato de se poder aprender, precisamente através da experiência da fragilidade e da doença, a caminhar juntos segundo o estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ternura. “Se é verdadeiramente um caminhar juntos, ou se se vai na mesma estrada mas cada um por conta própria, cuidando dos próprios interesses e deixando que os outros ‘se arranjem’. Por isso”.
Ainda na mensagem, Francisco recorda que “nunca estamos preparados para a doença e muitas vezes nem sequer para admitir a idade avançada. Tememos a vulnerabilidade, e a invasiva cultura do mercado impele-nos a negá-la. Não há espaço para a fragilidade. E assim o mal, quando irrompe e nos ataca, deixa-nos por terra atordoados”.