Os limites éticos no desenvolvimento da inteligência artificial


Com informações agência Ecclesia. O Papa advertiu para os limites éticos no desenvolvimento da inteligência artificial, com particular atenção ao chamado projeto “transhumanista”.

“O anúncio do nascimento próximo do chamado ‘pensamento híbrido’, resultado da hibridização do pensamento biológico e do não-biológico, que permitiria ao homem não ser suplantado pela Inteligência Artificial, levanta questões de grande relevância, tanto no plano ético quanto social”, referiu, num discurso entregue aos membros da Sociedade Max Planck para a Promoção da Ciência, recebida em audiência.

O texto, divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé, adverte que “a fusão entre a capacidade cognitiva do homem e o poder computacional da máquina alteraria substancialmente a espécie homo sapiens”.
O Papa admite que, “para aqueles que se reconhecem no projeto transhumanista isto não é motivo de preocupação”.
“O mesmo não pode ser dito para aqueles que, por outro lado, estão empenhados em fazer avançar o projeto neo-humanista, segundo o qual a lacuna entre ação e inteligência não pode ser aceite”, acrescentou.

Francisco considera que alguns avanças da inteligência artificial colocam em causa a “intencionalidade”, ou seja, “a ética do agir”.
O Papa alertou ainda para a tentação de avaliar os avanços científicos em “termos puramente funcionais, como se tudo o que é possível fosse, por isso mesmo, eticamente lícito”.

“A Igreja nunca poderá aceitar tal posição, de cujas trágicas consequências já tivemos muitas provas”, assinalou.
Ainda no dia 23, o Vaticano apresentou os resultados da XXVIII Assembleia Geral da Academia Pontifícia para a Vida (APV), que decorreu de 20 a 22 de fevereiro de 2023, sobre o tema ‘Convergindo sobre a pessoa. Tecnologias Emergentes para o Bem Comum’.
D. Vincenzo Paglia, presidente da APV, recordou em conferência de imprensa o ‘Apelo de Roma’, assinado em fevereiro de 2020, para apelar à ética no mundo dos algoritmos.

“Pela primeira vez na história, o homem pode destruir-se a si mesmo: primeiro com a energia nuclear, depois com a crise ecológica e finalmente com as novas tecnologias. É uma questão que envolve tanto a criação quanto a família humana e todo o planeta”, advertiu o arcebispo italiano, para quem “aqui está em jogo o humano, na sua radicalidade”.

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