Com informações agência Ecclesia. O Papa presidiu no Vaticano, no domingo, 23, à Missa do Domingo da Palavra, numa celebração em que, pela primeira vez, instituiu no ministério de leitor e de catequista sete leigos e nove leigas católicas, de quatro continentes.
“Apaixonemo-nos pela Sagrada Escritura, deixemo-nos interpelar profundamente pela Palavra, que desvenda a novidade de Deus e nos leva a amar incansavelmente os outros. Voltemos a colocar a Palavra de Deus no centro da pastoral e da vida da Igreja! Vamos ouvi-la, rezá-la e colocá-la em prática”, pediu Francisco, na Eucaristia que decorreu na Basílica de São Pedro.
O ministério de catequista foi criado pelo Papa em maio de 2021, meses depois de ter estabelecidos que as mulheres tivessem acesso aos ministérios de Leitor e Acólito.
Francisco evocou a situação de milhares de migrantes, rejeitados nas fronteiras, apontando o dedo a quem faz política “em nome de Deus”, mas ignora “um mundo dilacerado pela injustiça e pela fome”.
“São sempre os mais fracos que pagam o preço”, lamentou.
O Papa assinalou que a Bíblia “mina” as justificações de quem culpa os outros pelos problemas do mundo e se limita a dizer que “não há nada a fazer”, sustentado que é necessário “unir o culto a Deus e o cuidado do homem”.
A intervenção destacou a centralidade da misericórdia na ação de Jesus, que mostra um Deus comprometido em “libertar os pobres e oprimidos”.
“Esta é a sua característica: proximidade”, acrescentou.
Qual é o rosto de Deus que anunciamos na Igreja: o Salvador que liberta e cura, ou o Temível que esmaga avivando os sentimentos de culpa?”.
Na celebração que instituiu para destacar a centralidade da Bíblia, o Papa convidou os católicos a fazer dela a referência da sua oração e vida espiritual, inspirando gestos de atenção ao próximo.
“No centro da vida do povo santo de Deus e do caminho da fé, não estamos nós com as nossas palavras; no centro, está Deus com a sua Palavra”, observou Francisco, esta manhã.
“No momento, há na Igreja as tentações da rigidez, que é uma perversão. Acredita-se que encontrar Deus é tornar-se mais rígido, com mais normas… Não é assim. Quando vemos propostas rígidas, de rigidez, pensemos logo: este é um ídolo, não é Deus. O nosso Deus não é assim”, advertiu ainda.
Os leitores e catequistas foram instituídos com um rito próprio, após a homilia, recebendo, respectivamente, uma Bíblia e uma reprodução da cruz pastoral usada primeiro por São Paulo VI e mais tarde por São João Paulo II.
Os novos ministros chegaram do Coreia do Sul, Paquistão, Gana, Itália, Brasil, Espanha, Polónia e do Vicariato Apostólico de Yurimaguas (Peru), na Amazónia.