Com informações agência Ecclesia. O Papa Francisco manifestou no sábado, 19, o desejo de celebrar a Páscoa em conjunto com a Igreja Assíria do Oriente, num sinal de que o caminho sinodal que a Igreja católica realiza se concretize numa “sinodalidade ecumênica”.
O convite partiu de Mar Awa III, prelado assírio-americano que serve como o 122º Catholicos-Patriarca da Igreja Assíria do Oriente e que foi hoje recebido pelo Papa em audiência no Vaticano.
“Agradeço a Vossa Santidade por manifestar o desejo de encontrar uma data comum para os cristãos se juntarem à celebração da Páscoa. Quero repetir o que São Paulo VI disse no seu tempo: estamos prontos a aceitar qualquer proposta que seja feita em conjunto”, sublinhou no encontro esta manhã.
Francisco lembrou que em 2025 se irá celebrar “o aniversário do primeiro Conselho Ecumênico (de Nicéia)”, data que irá coincidir com a celebração da Páscoa.
“A jornada da sinodalidade empreendida pela Igreja Católica é e deve ser ecumênica, tal como a jornada ecumênica é sinodal. É minha esperança que possamos prosseguir, cada vez mais fraterna e concretamente, os nossos próprios sínodos, a nossa «viagem comum», encontrando-nos, mostrando preocupação uns pelos outros, partilhando as nossas esperanças e lutas e, sobretudo, como fizemos esta manhã, a nossa oração e louvor ao Senhor”, afirmou.
Durante o encontro foi saudado o caminho que as duas Igrejas têm realizado, desde São João Paulo II, e Francisco saudou “os laços que têm crescido entre as Igrejas nas últimas décadas”.
“Recordo também o nosso caloroso abraço em Erbil, durante a minha viagem ao Iraque, na sequência do fim da celebração eucarística. Nesse dia, tantos crentes que suportaram imenso sofrimento pelo simples facto de serem cristãos, rodearam-nos com o seu calor e alegria: o povo santo de Deus parecia estar a encorajar-nos no caminho para uma maior unidade!”, reconheceu.
Francisco explicou que a “viagem ecumênica” que realizam é uma forma de aproximação e testemunho para o mundo contemporâneo.
“A vossa Igreja tem em comum com a Igreja Católica Caldeia uma história luminosa de fé e missão, a vida exemplar de grandes santos, um rico patrimônio teológico e litúrgico e, especialmente nos últimos anos, imensos sofrimentos e o testemunho de muitos mártires. Infelizmente, o Médio Oriente continua a ser assolado por grande violência, instabilidade e insegurança, e muitos dos nossos irmãos e irmãs na fé foram forçados a abandonar as suas pátrias. Muitos outros estão a lutar para aí permanecer, e renovo com Vossa Santidade o apelo a que os seus direitos sejam respeitados, em particular o da liberdade religiosa e da plena cidadania”, apelou.