Com informações Vatican News. “Somos chamados a ser criativos em fazer o bem, com a prudência e a astúcia do Evangelho, usando os bens deste mundo – não apenas os bens materiais, mas todos os dons que recebemos do Senhor – não para nos enriquecer, mas para gerar amor fraterno e amizade social.”
Foi o que disse o Papa no Angelus, do domingo, 18. Francisco ateve-se à página do Evangelho do dia (Lc 16,1-13), que traz a parábola do administrador infiel, uma parábola um pouco difícil de entender, disse o Santo Padre.
Jesus conta uma história de corrupção: um administrador desonesto, que rouba e depois, descoberto por seu senhor, age com astúcia para sair dessa situação. Nós nos perguntamos: em que consiste essa esperteza e o que Jesus quer nos dizer?
Pela história, continua o Papa, vemos que este administrador acaba em apuros porque aproveitou dos bens de seu senhor; agora ele terá que prestar contas e perderá seu emprego. Mas ele não desiste, não se resigna ao seu destino e não se faz de vítima; pelo contrário, age imediatamente com astúcia, procura uma solução, é audacioso. Francisco precisou que há também outro ensinamento que Jesus nos oferece. Pois em que consiste a esperteza do administrador? Ele decide dar um desconto para aqueles que estão endividados, e assim faz amizade com eles, esperando que sejam capazes de ajudá-lo quando o senhor o expulsará. Primeiro acumulava as riquezas para si mesmo, agora ele as usa para fazer amigos que podem ajudá-lo no futuro. Jesus, então, nos oferece um ensinamento sobre o uso dos bens:
“Fazei amigos da riqueza desonesta, para que, quando ela vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas” (v. 9). Ou seja, para herdar a vida eterna não é necessário acumular os bens deste mundo, mas o que conta é a caridade que teremos vivido em nossas relações fraternas. Eis então o convite de Jesus: não usai os bens deste mundo somente para vós mesmos e vosso egoísmo, mas vos servi deles para gerar amizades, para criar boas relações, para agir em caridade, para promover a fraternidade e para exercer o cuidado com os mais fracos. Também no mundo de hoje existem histórias de corrupção como aquela do Evangelho, observou o Papa, condutas desonestas, políticas iníquas, egoísmos que dominam as escolhas de indivíduos e das instituições, e muitas outras situações obscuras. Mas nós cristãos não podemos desencorajar-nos ou, pior ainda, deixar as coisas passar, permanecer indiferentes. Pelo contrário, somos chamados a ser criativos em fazer o bem.