Por uma consciência negra

Participantes da segunda roda de conversa promovida pela Faculdade Católica

 

“O Sagrado é aquilo que a verdade faz de profundo no outro”, assim o Rev. Marcos Fernando provocou os participantes da segunda roda de conversa promovida pela Faculdade Católica em conjunto com toda a sociedade que se concentra neste mês na formação da consciência negra. Por isso, o 4º semestre de filosofia da Faculdade Católica de Belém (FACBEL) está promovendo três rodas de conversas: a primeira trabalhou as relações da história jurídica no Brasil com a cultura afro-brasileira, que teve como mediador o Dr. Cássio Bittar, defensor público. No segundo encontro estiveram presentes como mediadores o Reverendo Marcos Fernando de Souza, da Diocese Anglicana da Amazônia, teólogo e um dos coordenadores do Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (CAIC) e D. Antônio de Assis Ribeiro (SDB), bispo católico auxiliar de Belém e Acompanhante da Pastoral Afro-Brasileira CNBB Norte 2, que contextualizou este momento histórico: “Parece que estamos voltando atrás: sectarismo, divisões, fundamentalismo – nós, cristãos, devemos ser pela totalidade e não pela parte”.

Os três séculos de escravidão ainda têm seus frutos, atualmente. Pessoas pretas ainda sofrem constante discriminação por conta da cor de sua pele, sua melanina ainda influência a procura e contratação de empregos, o jeito de se vestir, como deve olhar para as pessoas e em como se comportar em todos os ambientes. Pessoas não brancas são assassinadas por conta do tom da sua pele, mesmo nos dias atuais, essa questão ainda é debatida, pois temos dados muito expressivos a respeito das questões raciais em camada global e nacional.

Um caso de maior notoriedade que vimos ser exibido nas mídias foi a morte de George Floyd, um homem negro, 40 anos, de Minnesota, nos Estados Unidos. O vídeo que circulou pela internet, em 2020, causou uma enorme revolta por conta das imagens mostrarem o homem preto ser pressionado contra o chão por um policial branco. O policial pressionou o seu joelho contra o pescoço de George a ponto de ele não conseguir mais respirar e as palavras “não consigo respirar”, repetidas diversas vezes por Floyd, com a imagem cruel do homem no chão sem qualquer tipo de chance de reação, foi a gota d’água para que protestos se espalhassem por todo o EUA, inclusive aqui no Brasil.
No Brasil, os protestos de “Vidas Negras Importam” – tradução do inglês de “Black Lives Matter” – se espalharam em revolta pela morte de Floyd, que teve o vídeo bastante repercutido, principalmente, nas redes sociais. Inclusive, as redes sociais têm sido de enorme importância para a divulgação de casos de violência e preconceito sofridos por determinados grupos sociais, as minorias sociais.
No dia 31 de novembro às 8h teremos a nossa última rodada de conversas aberta ao público na Faculdade Católica de Belém, onde dialogaremos com o Dr. Paulo Vitor, paraense, que já morou na África do Sul, sobre a “Democracia e desdemocratização no contexto afro-brasileiro”. Participe!

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