“Urbi et Orbi»: Papa condena “ventos de guerra”

Francisco falou num mundo com “carestia de paz” e da “guerra sem sentido”

 

Com informações agência Ecclesia. O Papa condenou os ventos “gélidos” de guerra que ameaçam a humanidade, evocando particularmente a Ucrânia e o impacto deste conflito nas populações mais pobres do mundo.
“Que o nosso olhar se encha com os rostos dos irmãos e irmãs ucranianos que vivem este Natal na escuridão, ao frio ou longe das suas casas, devido à destruição causada por dez meses de guerra”, indicou, na sua mensagem de Natal, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade [de Roma] e ao mundo), da varanda da Basílica de São Pedro, no domingo, dia 25.

Francisco falou num mundo com “carestia de paz” e da “guerra sem sentido”, no leste da Europa, dirigindo-se diretamente aos que têm o “poder de fazer calar as armas”, para “pôr termo imediato” ao conflito.
No tradicional encontro com os peregrinos, reunidos na Praça de São Pedro, o Papa condenou a instrumentalização dos alimentos, como arma de guerra.
“Aprendendo com o Príncipe da paz, empenhemo-nos todos – a começar pelos que têm responsabilidades políticas – para que o alimento seja só instrumento de paz”, apelou.

A guerra na Ucrânia agravou ainda mais a situação, deixando populações inteiras em risco de carestia, especialmente no Afeganistão e nos países do Corno de África. Toda a guerra – bem o sabemos – provoca fome e serve-se até do alimento como arma, ao impedir a sua distribuição às populações já atribuladas”.
Na data em que a Igreja Católica celebra o nascimento de Jesus, o Papa quis recordar as crianças que, “em todas as partes do mundo, anseiam pela paz”, sugerindo “gestos concretos de solidariedade a fim de ajudar todos os que sofrem”.

“Não desviemos o olhar de Belém – que significa ‘casa do pão’ – e pensemos nas pessoas que padecem fome, sobretudo as crianças, enquanto diariamente se desperdiçam quantidades imensas de alimentos e se gastam tantos recursos em armas”, declarou.
Francisco falou dos vários “teatros da terceira guerra mundial”, que tem denunciado em várias intervenções.
“Pensamos na Síria, ainda martirizada por um conflito que passou para segundo plano, mas não terminou; e pensamos na Terra Santa, onde nos últimos meses aumentaram as violências e os confrontos, com mortos e feridos”, elencou.

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