300 anos: um percurso de Diocese à Arquidiocese de Belém

Foto: Luiz Estumano
 
Hoje, 12 de janeiro de 2019, a cidade de Belém do Pará completa 403 anos de fundação e, junto com o seu crescimento, a Igreja passou por várias transformações.
 
A evangelização na Amazônia iniciou a mais de 400 anos junto com o nascimento da cidade e, desde então, a Igreja vem realizando seu papel na sociedade. Monsenhor Raimundo Possidônio, historiador e Vigário Geral da Arquidiocese de Belém, explica que a evangelização na região amazônica ocorre desde o período que a cidade estava ligada ao Maranhão, assim como boa parte do Brasil. 
 
Belém, criada no ano de 1616 por portugueses, teve, aproximadamente, 103 anos depois o surgimento de sua Igreja com a criação da Diocese de Belém do Pará, por meio da bula “Copiosus in Misericordiae”, do Papa Clemente XI, em 04 de março de 1719, desmembrada da então Diocese do Maranhão, a pedido de Dom João V, de Portugal e compreendendo o território equivalente a Amazônia Legal nos dias atuais.
 
Com o nome de Diocese de Santa Maria de Belém, tornou-se a quinta no Brasil, com apenas uma paróquia: Nossa Senhora da Graça, atualmente Catedral Metropolitana, situada no bairro da Cidade Velha, primeiro bairro da capital e onde a cidade se desenvolveu inicialmente. 
 
Por ser a quinta no país, a Diocese propiciou a criação de outras dioceses, prelazias e arquidioceses, como por exemplo, as dioceses de Abaetetuba, Cametá, Castanhal, Macapá, Marabá, Bragança do Pará, Óbidos, Santarém, Santíssima Conceição do Araguaia, as prelazias de Itaituba, Marajó e Xingu e as arquidioceses de São Luís, Manaus, Porto Velho e Amapá.
 
Com o crescimento da cidade, o então bispo Dom Frei Bartolomeu do Pilar, primeiro bispo que esteve à frente da Diocese no período de 1724 a 1733, percebeu a necessidade da criação de mais uma paróquia, pois apenas uma não seria capaz de atender a comunidade que estava em constante crescimento. 
 
Em 27 de abril de 1727 o pedido do bispo foi atendido pelo então rei Dom João. Dessa forma instalou-se a Paróquia de Sant’Ana da Campina, que tinha a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos como Matriz, no segundo bairro da cidade, a Campina. Somente 35 anos depois ocorreu a construção da Igreja de Sant’Ana.
 
Ainda no século XVIII foi criada a terceira paróquia da então recente Diocese de Belém, a de Nossa Senhora da Conceição, em Benfica.  Ela foi construída com o auxílio dos padres jesuítas e com mão de obra indígena utilizando materiais como pedra, cal, barro e madeira acapu, seguindo um estilo colonial.
 
No século XIX, a necessidade da criação de novas paróquias intensificou-se e resultou em mais duas: a da Santíssima Trindade, em 1814, também no bairro da Campina e a de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, no ano de 1865, atual Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
 
O século XX, mas precisamente no ano de 1906, foi um marco na história da Diocese, quando a mesma foi elevada à Arquidiocese e Sede Metropolitana, por meio da bula “Sempiternum humani generis”, do Papa São Pio X. Com esta mudança, as dioceses do Piauí, Maranhão e Amazonas e a Prelazia de Santarém (hoje Diocese) passaram a responder à Arquidiocese do Pará, e não mais de Salvador, na Bahia. 
 
Após a elevação à Arquidiocese, foram criadas mais duas paróquias com diferença de apenas quatro anos entre uma e outra. A primeira a de São José de Queluz, em 1913, em Canudos e a Paróquia São Raimundo Nonato, no ano de 1917, situada na Avenida Senador Lemos, sob os cuidados de Dom Santino Maria da Silva Coutinho, segundo bispo da então Arquidiocese, que permaneceu de 1907 a 1923.
 
Belém foi crescendo e cada vez mais se via a necessidade de mais paróquias para atender as demandas das comunidades dos bairros que estavam surgindo. No período de 1935 a 1956 foram criadas onze paróquias em diferentes bairros sob a regência de diferentes bispos.
 
Em 1935 foram criadas as paróquias de Santa Teresinha do Menino Jesus, no bairro do Jurunas, Santa Cruz, São Sebastião, São João Batista (hoje São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Icoaraci), Santa Isabel, que atualmente está ligada a Diocese de Castanhal.
 
Já por volta de 1943 a 1948 surgiram Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua, Nossa Senhora da Conceição (1947), Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Pedro e São Paulo (1948). E em 1954, Paróquia Menino Deus, no distrito de Marituba e São Judas Tadeu, na Condor.
 
Ao longo desses 300 anos de história, a Diocese ficou sob os cuidados de vários bispos que implantaram mudanças tornando como conhecemos nos dias atuais. Na próxima matéria da série “300 anos – Diocese de Belém”, você irá conhecer cada bispo e as transformações realizadas.
 
A Arquidiocese de Belém está preparando uma programação comemorativa ao aniversário da Diocese. Acesse o site e confira detalhes.
 
 

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