Fotos: Luiz Estumano. |
Na última sexta-feira, 22, milhares de fiéis das 90 paróquias da Arquidiocese de Belém lotaram e coloriram a arena Guilherme Paraense para celebrar em unidade a Abertura do Ano Jubilar dos 300 anos da Diocese de Belém, criada em 04 de março de 1719, pela Bula Copiosus in Misericordiae, do Papa Clemente XI.
A Diocese de Belém é a primeira do Norte e a quinta de todo o Brasil. A celebração do terceiro centenário da Diocese será guiada pelo tema “Anunciando o Evangelho de Jesus Cristo na Amazônia: memória-identidade-missão” e pelo lema “Ide e Anunciai…”
Desde as 16h, caravanas chegavam a todo momento, ou a pé, como os paroquianos de Cristo Peregrino. Wilksan Soares, guarda na paróquia, explica que todos se mobilizaram para viver este momento. O grupo saiu às 15h da Matriz em caminhada até a Arena.
Wilksan Soares não escondia a expectativa em participar da grande festa. “É um prazer, muita alegria estar aqui participando e interagindo com todas as paróquias das outras regiões”.
Os paroquianos de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no bairro da Pedreira, Belém, chegaram animados com faixas e balões para participar da celebração. Ana Claudia Leão era uma das mais animadas e explicou que toda a paróquia se organizou adquirindo camisas e dividindo-se em três ônibus para participar da celebração.
Para a paroquiana de Aparecida é importante participar dessa comemoração porque é um momento único. “300 anos é muita história, muitas pessoas trabalharam para nós estarmos aqui hoje. E hoje estamos aqui para prestigiar”. A paroquiana espera que em unidade se possa trabalhar ainda mais para comemorar mais 300 anos.
Às 18h, o Movimento Arquidiocesano Terço dos Homens deu início à programação com recitação do Santo Terço junto com a assembléia. Durante a celebração, os presentes vivenciaram o terceiro centenário da Diocese de Belém a partir de três perspectivas: passado, presente e futuro.
No primeiro momento, todos se voltaram para o passado, percorrendo os principais acontecimentos ao longo dos 300 anos, narrados pelo cônego Claudio Barradas.
Ainda fazendo memória ao passado, o ambiente celebrativo foi preparado com a entrada de vários símbolos ligados a caminhada da Igreja na Amazônia: a cruz, maior símbolo da evangelização na Amazônia; o altar/canoa, o altar foi montado na embarcação que representa o meio de transporte e de trabalho da população ribeirinha pelos rios da Amazônia; o ambão/lecionário significando a consolidação da missão e a da vida da Igreja em torno da Palavra de Deus e a imagem de Nossa Senhora de Belém, que é a primeira invocação mariana em terras amazônicas e porta de entrada para a grande devoção à Maria expressada em vários títulos.
No segundo momento, a assembléia foi chamada a olhar para o presente com a procissão das 90 paróquias da Arquidiocese de Belém com estandartes, representados com seus padroeiros, e acompanhados das forças vivas que constituem cada uma, divididas por suas respectivas regiões episcopais. Casas de formação e dimensões pastorais entraram em seguida para representar a missão da Igreja, que deve estar sempre em saída.
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Dom Giovanni D’Aniello, Núncio Apostólico no Brasil, presidiu Santa Missa. |
Santa Missa
A celebração eucarística iniciou com a acolhida do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello e os bispos do Regional Norte 2.
Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano, realizou a leitura da mensagem enviada pelo Papa Francisco em ocasião da data festiva. Em sua mensagem, o Santo Padre lembrou que a comemoração dos 300 anos da Diocese é oportunidade de renovação do compromisso missionário, constituindo uma Igreja com olhar para frente e para o alto com a objetivo de evangelizar.
O Papa Francisco ainda invocou os dons do espírito santificador para fortalecer os bons propósitos e fez memória dos homens e mulheres que contribuíram com a evangelização ao longo dos 300 anos.
Em sua homilia, Dom Giovanni D’Aniello refletiu sobre a festa da Cátedra de São Pedro, que celebra a autoridade do Apóstolo Pedro, o primeiro Papa da Igreja, no dia 22 de fevereiro. Em seguida, o Núncio voltou-se para o terceiro centenário como um momento de agradecimento por tudo que já foi realizado e o que ainda está sendo feito pela Arquidiocese de Belém na missa evangelizadora.
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Bispos do Pará e do Amapá estiveram presentes na celebração. |
O Dom Giovanni D’Aniello ressaltou que a celebração era um momento de fazer memória em uma perspectiva da identidade e da missão da Igreja na Amazônia em torno do altar do Senhor, visto que a Eucaristia é um mistério de amor, fazendo lembrança a Santo Agostinho. Por fim, o Núncio Apostólico lembrou que a Igreja de Belém ao contemplar a cruz e o rosto do crucificado deve olhar pra frente e para o alto com a missa de evangelizar a partir de Jesus Cristo.
Ao final da Santa Missa, o Arcebispo de Belém junto com os bispos auxiliares, Dom Antônio de Assis Ribeiro e Dom Irineu Roman, convidaram a assembléia e os presentes a olhar para o futuro com enumeração de diversos compromissos com resposta missionária da Igreja como a criação de novas áreas missionárias e paróquias, formações espirituais, experiências missionárias e a presença em novas ocupações como shoppings, universidades e presídios.
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