Foto: Luiz Estumano |
Desde o ano passado, o dia 8 de setembro tem uma importância a mais para os católicos paraenses: além de se celebrar a Natividade de Nossa Senhora também é comemorado, a partir da lei aprovada pela Câmara Municipal em 6 de setembro de 2017, o Dia Municipal de Nossa Senhora de Nazaré.
A data foi escolhida em memória do primeiro Círio de Nazaré realizado na capital paraense, no ano de 1793.
A procissão noturna saiu da capela do Palácio do Governo a pedido do capitão do Rio Negro e Grão-Pará, Francisco de Souza Coutinho, em agradecimento por uma graça alcançada. A origem da palavra “círio” pode estar ligada às grande velas de cera usadas pelos devotos para iluminar o caminho na floresta por onde seguia o cortejo.
O primeiro Círio
Francisco de Souza Coutinho, capitão geral do Rio Negro e Grão-Pará, planejava realizar uma feira de produtos agropecuários na área localizada em frente à ermida de Nazaré. Alguns meses antes ficou doente e prometeu que, se recuperasse a saúde, iria mandar buscar a imagem de Nossa Senhora e mandar celebrar missa na capela do Governo. A graça foi alcançada e o capitão cumpriu a promessa, com a celebração da missa e a realização de uma grande procissão, no dia 8 de setembro de 1793, sendo considerada como o primeiro Círio.
Á frente do cortejo seguiu a cavalaria e a imagem foi levada pelo capelão em um palanquim azul, ladeada pela guarda nobre. Estavam presentes o próprio capitão, o Cabido Diocesano, os vereadores da Câmara, todos os integrantes das Casas Civil e Militar e uma multidão de devotos, entre brancos, indígenas e negros, entre 5 e 10 mil pessoas. Na chegada à ermida foi celebrada outra missa e ao final foi concedida a bênção da pedra fundamental para a construção da capela, feita de pedras e cal.
De acordo com o Dossiê do Círio publicado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), "esse primeiro Círio revivia a lenda: a imagem da santa, levada na véspera para a capela do Palácio do Governo, refazia seu caminho mítico, no dia seguinte, até o local do primitivo achado".
Por toda a semana foram realizadas ladainhas e a feira no arraial. O governador compareceu todas as noites para apreciar as barracas de palha que vendiam os produtos regionais, entre frutas, animais vivos, carnes de caça, peixes, comidas típicas e utensílios diversos.
Fontes: Site oficial do Círio e Dossiê do Círio de Nazaré publicado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
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