Igreja da Sé em Belém: 127 anos da dedicação

Foto: Luiz Estumano
 

A Catedral Metropolitana de Belém tem o patrocínio de Nossa Senhora de Belém ou Santa Maria de Belém, padroeira da capital do Estado do Pará e da Arquidiocese de Belém do Pará. É uma das mais belas igrejas dos Brasil com destacada importância pela imponência da arquitetura, da arte religiosa e da riqueza sóbria do seu interior. Sua origem remota foi a pequena ermida coberta por palha que Francisco Caldeira Castelo Branco fez erguer no Forte do Presépio, em 1616, sob o orago de Nossa Senhora da Graça e, em 1617, essa pequena igreja foi elevada à dignidade paroquial e, logo após a elevação, transferida para o local onde, atualmente, se encontra essa casa de Deus. Sua Dedicação foi no dia 30 de abril de 1892.


A criação da Diocese de Belém do Pará (Dioecesis Belemensis de Para) em 4 de março de 1719 pelo Papa Clemente XI, por meio da bula Copiosus in Misericordia, evidenciou, então, a necessidade da construção de uma Igreja Catedral para a nova Diocese. Sendo assim, em 1748, iniciou-se a construção da atual catedral, prosseguindo a obra até 1755, finalizada até o arco-cruzeiro. Em fevereiro do mesmo ano o então bispo do Pará, Dom Frei João Evangelista, em solene cerimônia assistido pelo cabido e demais ministros pertencentes à Catedral, benzeu a dita capela-mor. A partir desse período, o arquiteto italiano Antônio Landi, assumiu a obra entregando a igreja praticamente pronta, sob linhas do estilo barroco-colonial e neoclássico, por volta do ano de 1774.

Uma igreja suntuosa

A promessa de tornar a Igreja da Sé em uma igreja mais suntuosa ainda foi do bispo do Pará, Dom Antônio de Macedo Costa, que realizou inúmeras reformas no seu interior, como a construção de um retábulo para o novo altar-mor, altares colaterais e abóbadas, novos púlpitos, paravento, bancada ou cadeiral dos cônegos – estalas – e piso em mármore. O novo altar-mor, de mármore e alabastro, veio de Roma como oferta do Papa Pio IX, e foi esculpido por Lucas Carimini em estilo neoclássico.


Os altares laterais expõem telas do pintor Domenico de Angelis e no centro do altar-mor onde, hoje, existe a pintura de Santa Maria de Belém, originalmente, teve lugar uma tela de Santa Maria da Graça (Mater Gratiae), do pintor Alexandrino de Carvalho.


A parede que passa atrás do Altar-mor, ostenta os seguintes escritos: “A Deus eterno, em honra de Maria Virgem, padroeira da Diocese de Belém. Em cumprimento de voto mandou fazer o Bispo Antônio de Macedo Costa, com mármore doado, em parte, pela munificência do Sumo Pontífice Pio IX, dos fiéis e por liberdade do augusto imperador Pedro II e dos administradores da Província do Pará e de Belém. Trabalho concluído em Roma no ano da celebração do encerramento do Concílio Vaticano – 1870”.

As capelas do transepto estão sob a invocação de Nossa Senhora da Graça e do Santíssimo Sacramento (Sagrado Coração de Jesus) e seus altares acompanham o mármore e o estilo neoclássico do altar-mor. E também foi encomendado um grande órgão, da oficina do francês Aristide Cavaillé-Coll, instalado em 1882, tornando-se o maior órgão desta oficina na América Latina.


A grande obra de embelezamento iniciada no ano 1881 concluiu-se em 1892, já no governo pastoral de Dom Jerônymo Thomé da Silva, que anunciou a reinauguração e dedicação da Igreja da Sé para o dia 30 de abril do mesmo ano, abrindo, assim, as solenidades que duraram até o dia 31 de maio, dedicando um mês inteiro, em louvor à Virgem das virgens, Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa. E em 1º de maio de 1906 o Bispado do Pará foi elevado pelo Papa Pio X à Arquidiocese de Belém do Pará (Archidioecesis Belemensis de Pará) através da bula Sempiternum Humani Generis.


De 1892 até os dias atuais são 127 anos da dedicação dessa igreja que, hoje, podemos contemplar a magnífica obra de valor artístico e religioso que a mesma ostenta. Essa mesma Igreja Paroquial que, cumulativamente, exerce o título de Igreja Catedral da Arquidiocese de Belém, constitui-se como uma sentinela constante da fé do povo belenense, que sempre olhando para o horizonte, vislumbra um novo ser Igreja.


Que sob a proteção de Santa Maria de Belém e Santa Maria da Graça a chama da Fé jamais desapareça e se revigore continuamente, para continuar a evangelização em nossas terras amazônicas.

 
 

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