A memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja, é celebrada pela primeira vez nesta segunda-feira (21). A data foi instituída por meio do decreto “Ecclesiae Mater” promulgado pelo Papa Francisco no dia 3 de março. No Vaticano, o Pontífice presidiu Santa Missa e falou da “personalidade feminina da Igreja”.
Na homilia da Missa celebrada na capela Santa Marta, o Santo Padre ressaltou que nos Evangelhos, Maria sempre é indicada como “Mãe de Jesus”, não “a Senhora” ou “a viúva de José”: a sua maternidade percorre toda a Sagrada Escritura, desde a Anunciação até o fim. Uma especificidade que os Padres da Igreja entenderam rapidamente, bem que alcança e cinge a Igreja.
“A Igreja é feminina, porque é igreja, esposa: é feminina. É mãe, dá à luz. Esposa e mãe. E os Padres vão além e dizem: ‘A sua alma também é esposa de Cristo e mãe’. Nessa atitude de Maria, que é Mãe da Igreja, neste comportamento podemos entender essa dimensão feminina da Igreja que, quando não existe, a Igreja perde a verdadeira identidade e se torna uma associação beneficente ou um time de futebol ou qualquer outra coisa, mas não a Igreja.”
Somente uma Igreja feminina poderá ter “comportamentos de fecundidade”, segundo as intenções de Deus, que “quis nascer de uma mulher para nos ensinar este caminho de mulher”.
Sobre o Decreto
No decreto publicado no dia 03 de março pela Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, o Papa Francisco determinou a inscrição da Memória da “Bem-aventurada Virgem, Mãe da Igreja” no Calendário Romano Geral. Esta memória será celebrada todos os anos na segunda-feira depois de Pentecostes.
O decreto inicia afirmando que “a feliz veneração em honra à Mãe de Deus da Igreja contemporânea, à luz das reflexões sobre o mistério de Cristo e sobre a sua própria natureza, não poderia esquecer aquela figura de Mulher (cf. Gal. 4,4), a Virgem Maria, que é Mãe de Cristo e com Ele Mãe da Igreja” e destaca que “esta celebração ajudará a lembrar que a vida cristã, para crescer, deve ser ancorada no mistério da Cruz, na oblação de Cristo no convite eucarístico e na Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos redimidos.”
|