Fotos: Rodrigo Silva | ||
Centenas de fiéis acompanharam na manhã desta Sexta-Feira Santa, 14, o Sermão do Encontro, que lembra o momento em que Jesus e Maria se encontraram no caminho doloroso do Calvário. Realizado todos os anos em frente à Igreja das Mercês, no centro comercial de Belém, o momento foi precedido pelas procissões do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores. O padre Maurício Henrique dos Santos conduziu o momento.
Antes mesmo do sermão iniciar, já era possível perceber as manifestações de devoção das pessoas, que no interior do templo, faziam seu momento de oração, acendiam velas e renovavam a fé na morte e ressurreição de Jesus.
Do lado de fora, o sol brando permitia que homens, mulheres e crianças se posicionassem na escadaria, nas calçadas ou na praça das Mercês. A aposentada, Arlete Silva, participa todos os anos do sermão, e para ela, a Sexta-Feira Santa é um dia especial. “Este dia é de reflexão, quando precisamos ir à Igreja e pedir perdão a Deus por nossas faltas. Devemos sempre pedir a Ele que nos proteja e aos nossos filhos, ajudando a carregar a cruz junto de nossas famílias”, afirmou.
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Sermão | ||
O chamado “Sermão do Encontro” é realizado todos os anos assim que as procissões levando as imagens de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores chegam ao largo da Igreja das Mercês. O padre Maurício Henrique dos Santos (foto acima), pároco de Jesus Ressuscitado, localizada no conjunto Médici, em Belém, foi incumbido da missão de conduzir as reflexões.
Sobre a experiência de pregar o sermão pela primeira vez, o sacerdote declarou que “ Proferir este sermão é a oportunidade de alcançar os corações de nossos fiéis, para que a Palavra, como uma semente, caia no terreno do coração de cada pessoa e produza os devidos frutos de conversão e mudança de vida”.
E revelou, ainda, particular devoção mariana, ao dizer que: “o sermão do Encontro, para mim, é uma grande graça porque terei a oportunidade de falar sobre a Virgem Santíssima, mulher de fé. Penso que Nossa Senhora será, por meio desta pregação, louvada e venerada com a honra que merece quando cada devoto olhar para Ela e louvar a Jesus pelas grandes obras que Deus fez na vida Dela”, concluiu.
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Encontro
Por volta das 10 da manhã as duas procissões se aproximavam para o momento mais aguardado por todos: o encontro das imagens de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, representando o encontro da mãe com o Filho Divino no caminho para a crucificação, seguido do sermão proferido pelo padre Maurício Henrique. Dirigindo-se ao povo, padre Maurício convidou a olhar para a Virgem Maria como aquela que ajuda a compreender os mistérios de Deus. “Eu vos convido a olhar para a imagem de Nossa Senhora. Deixemos que a contemplação da figura de Maria nesta cena da Paixão, possa nos auxiliar a bem viver o mistério salvífico que celebramos no sagrado Tríduo Pascal deste Ano Mariano”. E destacou a fé, virtude teologal pela qual a Virgem Maria foi fiel até o fim.
“Fé é seguir o Cordeiro para onde quer que Ele vá, e assim, a Virgem avançou pelo caminho da fé. Da Encarnação à Paixão de Seu Filho, Nossa Senhora observou fielmente a união com Jesus. Ela esteve junto Dele ao pé da Cruz, não poderia haver Redenção sem a presença de Maria, pois era por desígnio divino que Ela estava na via dolorosa, associando seu coração de Mãe ao sacrifício de Jesus. Compreendemos assim, que fé é associar nosso coração humano ao coração de Deus Filho, que nos leva ao Pai pela ação do Espírito Santo”, declarou.
As imagens se aproximaram e muitas pessoas erguiam, emocionadas, as mãos aos céus em atitude de oração e súplica. O silêncio era quebrado apenas pelo som das matracas, instrumento muito utilizado na liturgia da Quaresma e da Sexta-Feira Santa.
Uma jovem vestida de Verônica, mulher que teria enxugado o rosto de Jesus com um sudário, em que, segundo a tradição, ficou gravado o rosto do Salvador, entoou o cântico, em latim, que exclamava o que está escrito no livro do profeta Jeremias: “Ó vós todos que passais pelo caminho: olhai e dizei se haverá dor semelhante a minha dor…” (cf. Jeremias 1, 12)
Após o sermão, as imagens seguiram em uma única procissão para a Catedral Metropolitana de Belém, onde no fim da tarde, Dom Alberto Taveira Corrêa presidiu a Liturgia da Paixão. Houve ainda o Sermão do Descendimento da Cruz, instituído ano passado nas celebrações da Semana Santa na Sé Metropolitana, e que foi proclamado esse ano pelo vigário da Catedral, padre João Paulo Dantas. Já era noite quando a procissão do Senhor Morto saiu pelas ruas do entorno da Catedral lembrando o enterro de Jesus.
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