Superar desequilíbrios e intrigas é pedido de Papa à Cúria Romana

 
 
O Papa Francisco apresentou nesta quinta-feira, 21, seus votos de bom Natal à Cúria Romana. No encontro, direcionado a todos os organismos da Santa Sé, o Santo Padre destacou o Natal como uma festa da fé. “Deus (…) se fez Homem para devolver à humanidade a dignidade filial que havia perdido por culpa do pecado e da desobediência”, recordou.
 
O Natal é também apontado pelo pontífice como uma ocasião em que Deus faz germinar nas pessoas sementes de esperança, de caridade e de fé, sementes que segundo Francisco, têm também de brotar dentro da Igreja Católica.“Que este Natal nos faça abrir os olhos e abandonar o que é supérfluo, falso, malicioso e enganoso, e perceber o que é essencial, verdadeiro, bom e autêntico (…) Uma Cúria encerrada em si mesma atraiçoaria o objetivo da sua existência e esta acabaria por cair na autorreferencialidade, e condenada à autodestruição”, afirmou o Santo Padre.
 
A tradicional sessão de cumprimentos do Papa à Cúria Romana foi dedicada à abordagem de diversos pontos do trabalho da Igreja Católica, a partir de dentro e no mundo. Francisco sublinhou a importância de superar na Igreja Católica uma lógica desequilibrada e degenerada de intrigas e de pequenos grupos que na realidade representam – apesar das suas justificações e boas intenções – um cancro que leva à autorreferencialidade. Um contexto, que segundo o pontífice, se infiltra também nos organismos eclesiásticos e, em particular, nas pessoas que neles trabalham.
 
O Papa falou sobre a reforma em curso da Cúria Romana e às pessoas que nela estão a trabalhar, e alertou para o perigo da quebra de confiança, dos que se aproveitam da maternidade da Igreja. “Pessoas que foram selecionadas com cuidado para dar corpo e vigor à reforma mas, sem compreenderem a importância das suas responsabilidades, se deixam corromper pela ambição e a vanglória, que quando são delicadamente retiradas autointitulam-se como mártires do sistema, do Papa desinformado, da velha guarda, em vez de reconhecer culpa própria”, concretizou Francisco.
 
No entanto, o Santo Padre relembrou que junto a estas pessoas há outras que seguem o seu trabalho na Cúria, a quem é dado tempo para retomar o caminho justo, com a esperança de que encontrem na paciência da Igreja uma ocasião de conversão e não para aproveitamento pessoal. “Estou ciente da grande maioria de pessoas que aqui trabalham com admirável compromisso, fidelidade, competência, dedicação e também santidade”, finalizou o Papa aos responsáveis da Santa Sé.
 
 
 

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