Mantos do Círio

           Pesquisadores divergem quanto ao fato de a imagem que foi encontrada por Plácido estar ou não portando um manto. Alguns relatam que não, mas os que dizem que sim, há os que dizem que era adornada por um manto azul brilhante ainda preservado como se estivesse em um templo e outros de que estaria desgastado pelas intempéries, já que a imagem fora encontrada em meio à floresta. Nos primeiros registros de cartazes da Festa de Nazaré ela sempre foi retratada com um manto em formato retangular, tanto que a mesma tradição foi mantida mesmo quando começou a se utilizar a imagem do Colégio Gentil, que apesar de possuir estrutura diferente da imagem original, recebia um manto com os mesmos moldes dos que seriam utilizados antes. Não há relatos sobre a periodicidade da confecção ou troca de mantos anualmente no Círio. Entretanto, acredita-se que o costume seria antigo, a se julgar pelos cartazes e representações da imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Entre pessoas mais conhecidas pela confecção de mantos está irmã Alexandra, que pertencia à Congregação Filhas de Sant’Ana, do Colégio Gentil Bittencourt. Ela confeccionava os mantos anualmente, com material doado por promesseiros. Foi assim até sua morte, em 1973. Depois dela a missão foi assumida pela ex-aluna da escola e sua ajudante na tarefa de bordar as peças, Esther Paes França, que chegou a confeccionar 19 mantos. A partir daí, vários católicos e estilistas famosos já receberam a importante tarefa de produzir o manto usado pela Imagem Peregrina para as procissões do Círio.

Compartilhe