A Igreja como uma casa de portas abertas

Foto: Vatican News

“As Igrejas devem ter sempre as portas abertas, porque este é o símbolo do que é uma Igreja: sempre aberta”. A afirmação é do Papa Francisco (Audiência Geral de 23 de outubro de 2019 – Catequese sobre os Atos dos Apóstolos) que em não poucas oportunidades durante seu Pontificado insistiu na necessidade de uma Igreja aberta, acolhedora, “em saída”, que viva “o diálogo, a escuta e o encontro com os irmãos na fé e com aqueles que estão distantes, para saborear e manifestar a fecundidade da Igreja, chamada a ser em cada época «mãe jubilosa» de muitos filhos”. – Papa Francisco

No programa passado, padre Gerson Schmidt nos apresentou a reflexão “Igreja como uma casa”, ou seja, um “espaço de encontro”, encontro com Deus, que é intermediado pelo encontro com o irmão. Mas também um local de ternura e proximidade. Hoje, o sacerdote gaúcho enriquece ainda mais este tema, falando sobre “A Igreja como uma casa de portas abertas”:

“Refletimos no programa passado a imagem da Igreja como casa, referendando a constituição dogmática Lumen Gentium, no número 06, que diz: “A Igreja é também muitas vezes chamada construção de Deus (1 Cor. 3,9). (…) Esta construção recebe vários nomes: casa de Deus (1 Tim. 3,15), na qual habita a Sua «família»; habitação de Deus no Espírito (cfr. Ef. 2, 19-22); tabernáculo de Deus com os homens (Apoc. 21,3)” (LG, 6).

Na Carta Encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco se utiliza do termo “família” e novamente da Igreja como “Casa de portas abertas”. Escreve assim o Papa: “[A Igreja] Não pretende disputar poderes terrenos, mas oferecer-se como «uma família entre as famílias – a Igreja é isto –, disponível (…) para testemunhar ao mundo de hoje a fé, a esperança e o amor ao Senhor mas também àqueles que Ele ama com predileção. Uma casa com as portas abertas… A Igreja é uma casa com as portas abertas, porque é mãe». E como Maria, a Mãe de Jesus, «queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, que sai das suas sacristias, para acompanhar a vida, sustentar a esperança, ser sinal de unidade (…) para lançar pontes, abater muros, semear reconciliação».

Essa expressão “sair da sacristia” parece ser bem conhecida por nós e de fácil compreensão. Trata-se desta Igreja em saída, que não pode simplesmente ficar tocando o sino e esperando o povo chegar, mas ir em busca, para levar a Boa Nova adiante, numa ação decididamente missionária, como pede o Documento de Aparecida. A Igreja como casa é vista como lugar das famílias, com amor especial e ternura de quem coloca uma ovelha ferida no colo. As famílias como sujeitas na ação missionária podem alargar o horizonte do seu lar, ampliando as dimensões do coração aos demais.

As novas Diretrizes da CNBB[1], válidas até o ano de 2023, apresentam o terceiro capítulo do documento 109 da Igreja no Brasil com o título “A Igreja nas casas”. Esse terceiro capítulo, “A Igreja nas Casas”, apresenta a ideia de casa, entendida como “lar” para os seus habitantes, acentua as perspectivas pessoal, comunitária e social da evangelização, e insere no espírito da Laudato Si’, a perspectiva ambiental. Essa casa é a comunidade eclesial missionária que, por sua vez, é sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. O quarto capítulo, cujo título é “A Igreja em Missão” apresenta encaminhamentos práticos de ação para cada um desses quatro pilares.”

[1] Documentos da CNBB 109, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2013, Edições CNBB, 73 a 123.

Informações: Vatican News

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