Na manhã desta quarta-feira (16), foi anunciado pelo Papa Francisco e comunicado ao vivo pelos meios de comunicação da Fundação Nazaré de Comunicação, pelo Arcebispo e vice-presidente da CNBB N2, Dom Alberto Taveira Corrêa, o nome do Monsenhor Raimundo Possidônio Carrera da Mata, como bispo-coadjutor para a auxiliar Dom Jesus na Diocese de Bragança (PA). Também estiveram presentes o bispo auxiliar de Belém, Dom Antônio de Assis Ribeiro e o diocesano de Ponta de Pedras, Dom Teodoro Mendes Tavares, bem como o bispo nomeado Dom Raimundo Possidônio.
“Tenho alegria de comunicar, a nomeação do Monsenhor Raimundo Possidônio, bispo coadjutor para Diocese de Bragança (PA). Ele que exerceu os mais variados e importantes ministérios em nossa arquidiocese, desempenhando com muita competência, dedicação e espírito sacerdotal todos os serviços que lhe foram confiados. Nós não perdemos Monsenhor Cid, mas temos a alegria de doá-lo como presente a Diocese de Bragança, onde vai ajudar Dom Jesus, em seu ministério. Temos o coração cheio de ação de graças, pela nomeação desse novo bispo, filho de nossa terra e de nossa arquidiocese”, disse o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa.
Desde 15 de fevereiro de 2020, ele vem exercendo a função de pároco da paróquia Mistério da Transfiguração do Senhor, em Ananindeua (PA). Com a nomeação, ele passa a colaborar com a missão do bispo local, Dom Jesus Maria Cizaurre Berdonces. O bispo-coadjutor, na conjuntura da Santa Igreja, é um bispo-titular da Igreja nomeado ou eleito, para ajudar e substituir um bispo, arcebispo ou um prelado no exercício das suas funções com direito a sucessão.
“Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer a confiança em mim depositada pelo Papa Francisco, na sua decisão, vejo a mão misteriosa do Espírito de Deus que conduz a igreja e a minha vida. Na obediência acatei a sua escolha e dessa maneira servir ao povo de Deus daquela tão querida igreja”, disse Monsenhor Cid.
O Monsenhor ainda partilhou sobre o comunicado que recebeu do núncio apostólico, Dom Giambattista Diquattro, no dia 2 de março.
“O núncio comunicou a decisão do papa francisco, da confiança do papa a minha pessoa em prestar esse serviço e dizer que essa confiança significava um chamado do Santo Padre e não uma proposta, na obediência e na inteira liberdade, eu deveria acolher, (Dom Giambattista) incentivou-me com significativas palavras que eu não tivesse receio, pois, segundo ele, o mistério da cruz encontra-se no centro do serviço de Jesus como pastor e essa também é nossa cruz. Mas ele disse algo que me tocou profundamente, usando as palavras de Bento XVI, nosso caminho está preparado pela oração de muitas pessoas e eu acredito nisso. Ao longo do meu ministério sacerdotal, encontro muitas pessoas que afirmam sempre, estou ou estamos rezando por você, muito mais agora precisarei dessa força que vem do povo de Deus que reza por nós”.
O novo bispo coadjutor da Diocese de Bragança ainda compartilhou a sua admiração e gratidão pelo chamado.
“Passando a noite do dia 2 para o dia 3 deste mês, quase sem dormir, resolvi entregar a minha vida a esse chamado da igreja, através do Papa Francisco. Entendi ser precisamente assim que vivemos a experiência da Liberdade, entregando a vida nas mãos do Senhor e da sua igreja. O fato de ser escolhido bispo, mais do que uma honra, representa para minha trajetória de vida um serviço que devo prestar a igreja, sobretudo a igreja que está aqui na amazônia, essa igreja que desde Belém procuro servir na medida das minhas possibilidades. Sempre me dediquei a isso como muito esmero e alegria, sobretudo por estar perto dos grandes pastores dessa amazônia, pessoas que sempre admirei e admiro pelo seu testemunho de simplicidade, entusiasmo e de coragem diante dos grandes enfrentamentos que a igreja realiza nesta região”.
A escolha de um bispo coadjutor para a diocese foi a decisão tomada pela Nunciatura Apostólica após as complicações de saúde vividas por Dom Jesus entre os anos de 2020 e 2021. Vendo que Dom Jesus ainda pode oferecer muito à igreja particular de Bragança do Pará, mas que ficou com algumas limitações, a Nunciatura decidiu por dar-lhe um coadjutor para juntos levarem em frente o pastorei desta diocese.
Sua ordenação será no dia 23 de abril, às 9h, na Paróquia de São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Icoaraci. A posse em Bragança, ocorrerá dia 30 de abril, em horário a ser comunicado.
Trajetória do Monsenhor Raimundo Possidônio
Monsenhor Cid, como é conhecido, nasceu em 31 de março de 1954, em Icoaraci, Belém. Após ter completado os estudos, pela imposição das mãos de Dom Alberto Gaudêncio Ramos, foi ordenado sacerdote no dia 24 de junho de 1978.
Possui especialização em História da Igreja na América Latina, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (1982) e mestrado em História Eclesiástica pela universidade Gregoriana, em Roma (1987). Iniciou o Doutorado, ainda não concluído, em História da Igreja (2000).
O novo bispo assessora diversos cursos nas áreas da religiosidade, catolicismo popular e catequese. Foi assessor de assembleias diocesanas do Regional Norte II e vice-diretor do IPAR. De 1994 a 1999, foi diretor do seminário maior Nossa Senhora da Conceição. Também exerceu a função de cerimoniário da arquidiocese de Belém de 1989 a 2009.
Com transferência de Dom Orani Tempesta para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, Monsenhor Cid foi escolhido pelo Colégio dos Consultores no dia 21/04/2009, como Administrador Arquidiocesano, cargo que exerceu por quase um ano até a posse de Dom Alberto Taveira como novo Arcebispo em 25/03/2010. Durante o período que foi Administrador Arquidiocesano recebeu o título de Monsenhor.
Desde 2004 é vigário geral da arquidiocese de Belém, onde também exerceu, de 2004 até fevereiro de 2020, a função de coordenador de Pastoral. Exerceu as funções de Pároco em diversas paróquias da arquidiocese como: Santo Antônio do Coqueiro (1980/85), paróquia Nossa Senhora de Fátima em Icoaraci (1987/88), primeiro pároco da paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz (1988/92) e primeiro pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição do Outeiro e Ilhas Adjacentes (1994/1999). Foi administrador paroquial de Sant’Ana (2000/2001), voltando a administrar a paróquia da Conceição em Outeiro (2001/2002). Foi pároco da paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças (2002/2011) e em Nossa Senhora de Fátima entre de 2011 até 14 de fevereiro de 2020. Foi Membro do Colégio dos Consultores, Membro dos Conselhos Episcopal, Presbiteral, Assuntos Econômicos e de Pastoral.
Participou, como assessor, de diversos encontros inter-regionais da Igreja na Amazônia. Colaborou com a Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Participou da Comissão organizadora do Mutirão para a Igreja na Amazônia (Brasília, 2005) e da criação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam, 2014). Participou da Comissão da CNBB que elaborou as Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil, em 2019.
Monsenhor Raimundo também participou do processo do Sínodo para a Amazônia (reuniões e assembleias preparatórias, elaboração do Instrumentum Laboris e, durante o Sínodo em Roma, da elaboração do Documento Final).
