Por Pe. Antônio Mattiuz, csj
O Evangelho de Lucas mostra a misericórdia de Deus e de Jesus com os sofredores. A maior parte dos sofrimentos nascem da maldade, das injustiças e da falta de respeito de uns pelos outros.
Justiça é respeitar a pessoa e seus bens. Sem respeito não há amor.
Deus nos ordena respeitar qualquer pessoa e os seus bens.
Quem fere ou mata não respeita. Quem rouba, logra, engana ou assalta, não respeita. Quem não respeita também não ama; e quem não ama não está com Deus, mas contra Deus.
Jesus resumiu a Bíblia nesse mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração e o próximo como a ti mesmo” – Mt 22, 37-40.
Amar o próximo é fazer ao outro o que gostarias que ele fizesse a ti, e não fazer ao ninguém o que não gostaria que alguém fizesse a ti – Mt 7, 12.
Um doutor da lei perguntou a Jesus: que devo eu fazer para ter a vida eterna? E quem é o meu próximo?
A resposta de Jesus está em Lc 10, 25-37: amar a Deus e ao próximo.
Amar não é ter sentimentos, mas ter ações práticas.
O amor, para ser verdadeiro, deve ser ativo: socorrer o necessitado, dar comida ao faminto, estender a mão ao cego, respeitar o idoso…
Amor sem ações é amor morto, é pura ilusão que não vale nada.
Samaritanos e judeus tinham muitas diferenças e se consideravam inimigos uns dos outros. Quase não se falavam e um não ajudava o outro.
De propósito, Jesus escolhe um judeu como vítima e um samaritano como o seu próximo. A palavra ‘próximo’ significa aquele que está perto.
O próximo mais próximo são os familiares. Próximo é quem está perto e quem eu encontro na rua. É a esse próximo que eu devo amar, dando-lhe saudação amiga, um sorriso e não um marciano.
Um judeu foi assaltado, espancado e abandonado quase morto.
Os sacerdotes e levitas eram pessoas que conheciam a Bíblia. Eles viram o judeu ferido, mas não quiseram sujar-se com seu sangue e nem perder o seu tempo. Viram, mas, passaram ao largo e nada fizeram pelo coitado que gemia de dor. Mas um samaritano vê o caído, aproxima-se, encoraja-o e desinfeta as feridas. Quando a vítima se recuperou um pouco, ele a colocou sobre o seu jumento, levou-o para um abrigo, passou a noite cuidando dele, pagou a conta, adiante dinheiro e recomendou: “Cuidem bem dele e quando eu voltar, se houver mais despesas eu as pagarei”.
O próximo daquela vítima foi o homem que o socorreu. Então Jesus disse ao doutor da lei: “Vai e faze também tu como fez aquele samaritano”.
A mesma recomendação, Jesus faz também a ti: vai, ama o próximo com ações concretas e não só com palavras ou imaginações.
Prece: Ajuda-me, Senhor, a eu fazer como aquele samaritano.