A importância das edificações para a evangelização em Canaã, Marituba

Fotos: Luiz Estumano. 
 
"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). A construção de um templo, seja o mais modesto possível, transforma-se, imediatamente,   num marco geográfico e pastoral. Na Área Missionária Nossa Senhora do Perpétuo Socorro as construções de novas capelas, além de ser um incentivo para os moradores, mostra o crescimento da presença da Igreja de Cristo nos recantos da arquidiocese.
 
Como já dissemos em outras matérias sobre esta área missionária, no início, quando pertencia como capela e  área pastoral da Paróquia de Nossa Senhora das Vitórias, existia apenas a Comunidade de São Francisco de Assis. Ela, sozinha, dava conta de toda extensão do bairro Canaã, que já era predominantemente cercado por igrejas neopentecostais.
 
A geografia do bairro também dificultava muito a participação desses fiéis na única capela existente. Estradas de terra batida, às vezes piçarra, saneamento inexistente e a distância são alguns dos fatores que dificultavam essa participação. 
 
Os moradores contam que faltava a opção de uma capela católica que reunisse o povo, recebesse celebrações eucarísticas e tivesse o trabalho de pastorais, grupos, catequese e movimentos. Aos poucos essa realidade muda. Hoje, com as oito comunidades, bem distribuídas e com construções completas ou em andamento, os fiéis podem prestar culto, participar da comunhão e reunir para tomadas de decisão em um espaço próprio.
 
“Quando era só São Francisco, víamos que as pessoas sentiam-se mais recolhidas em suas casas, agora elas saem mais, pois as comunidades e opções são muitas. Percebi isso quando fomos fazer a novena de Nossa Senhora de Nazaré em uma casa aqui da comunidade e a dona da casa relatou que há dez anos não tinha presença na comunidade. Isso pra mim foi gratificante”, diz Joana de Macedo, coordenadora da Comunidade Mãe Rainha.
 
Sobre a importância dessas edificações Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar de Belém, frisa que são importantes, antes de tudo, porque a igreja tem a missão de evangelizar. “O serviço de evangelização deve ser efetivado em todos os contextos humanos e com estruturas pastorais para a reunião dos fiéis, formação e convivência”.
 
Comunidade são Vicente de Paulo  obras iniciaram em julho
 
Para ele, a evangelização através da Igreja Católica tem um grande diferencial que é a promoção do Reino de Deus. Significa compromisso para a promoção da dignidade humana, fidelidade ao ser humano, amor a Deus e ao próximo e nesse contexto estão inclusas as construções.
 
“A construção de novas capelas é uma referência de casa, de família, de comunidade, de experiência de comunhão, de afeto, de corresponsabilidade e de formação. Essa referência física é fundamental. Na maioria dos outros grupos religiosos neopentecostais há carência do conceito de vida fraterna, comunhão e vida comunitária”.
 
Quem deseja contribuir com essas comunidades, procure diretamente a Cúria Metropolitana, através da secretaria, telefones ou e-mail para agendar um encontro. “A Igreja somos nós, somos corresponsáveis pela sua promoção. Isso foi um pedido de Jesus Cristo. Ele delegou a nós essa responsabilidade. Temos muitas novas comunidades para serem abertas e novas áreas missionárias que deverão ser organizadas nos próximos anos”, destacou Dom Antônio.
 
 Comunidade Santo Antônio de Lisboa 
 

Comunidades passam por ampliação e readequações

Osvaldo Marques, engenheiro responsável pelas obras nas comunidades da área missionária e membro do Terço dos Homens, auxilia no desenvolvimento dos projetos com anuência de Dom Antônio. Segundo ele, cada comunidade está passando por algum tipo de revitalização, ou readequação ou, ainda, construção de fato. Ele cita, por exemplo, a comunidade de São Francisco que terá ampliação de mais um prédio para atividades. “Estamos implantando agora junto com a coordenação um espaço que servirá de salão, outros anexos como banheiro e cozinha para servir como apoio a determinados eventos que vamos encontrar aqui assim como em todas as outras”, explicou o engenheiro.
 
Na Comunidade de São Vicente de Paulo as obras iniciaram no último dia 18. O terreno com dimensões de 40×60 é fruto de doação e já recebeu três mutirões para limpeza, retirada de raízes e capinação. No local haverá um barracão para celebrações, reuniões e encontros e, posteriormente, a capela para as missas. Benedito Santos, coordenador desta comunidade, conta que tudo é possível com o engajamento da comunidade que, consciente da importância de um templo próprio, sabe dos frutos que serão colhidos num futuro próximo. “Estamos aqui disponíveis para fazer esse trabalho para a comunidade, não para nós, mas para com todos, os que estão chegando, os que estão saindo, e os que estão aqui presentes. Estamos aqui empenhados nesse trabalho, de acordo com nossas possibilidades”.
 
Nesse mês de julho, a Comunidade Santo Antônio de Lisboa teve a bênção da sua nova capela e que já recebeu a primeira celebração eucarística, presidida por Dom Antônio. As celebrações anteriormente estavam sendo realizadas na casa dos moradores ou embaixo de árvores.

 

Leomário Henriques, da Comunidade de São Francisco, que ajudou na mão de obra da construção da capela, reconhece a importância deste novo templo. “Estamos aqui em união, com toda nossa equipe e é uma felicidade para nós termos esse apoio e da nossa área missionária em unidade. Uma igreja é muito bom, ela faz um bem enorme. Será para evangelizarmos o povo que precisa dela”. De acordo com ele “muitos aqui passam por tribulações, mas ao passarem ali na rua, acabam escutando a Palavra, mesmo que não adentrem, mas a Palavra atrai, porque Deus atrai mesmo. E nesse momento que ele é atraído por Deus ele vem também participar. Acredito que esse é o bem que faz e fará por nós”.
 

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