Abertura da Campanha da Fraternidade 2020 em Belém

Foto: Luiz Estumano.
 
Reunindo pastorais, grupos, novas comunidades e movimento das 94 paróquias que, no último dia 29, sábado, a Igreja de Belém abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2020 (CF2020), cujo tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”. Com Santa Missa presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar, e uma caminhada até a Santa Casa de Misericórdia, a campanha cujo objetivo conscientizar, à luz da Palavra, sobre a valorização e o cuidado com a vida, irá prolongar-se até o final da Quaresma.
 
Em 2020, de acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o objetivo da CF reforça a dimensão do cuidado e em seu cartaz traz a figura de Santa Dulce dos Pobres, canonizada em outubro passado. Conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi uma das religiosas mais populares no país, graças ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados. Inspirada nesse ícone da caridade, a Igreja vivenciará a campanha durante o tempo quaresmal.
 
Para Dom Alberto, a Igreja é convidada a viver a caridade o ano inteiro, porém durante a CF busca-se insistir nessa dimensão: “Queremos fazer uma campanha para que a sociedade se abra a esse cuidado maior com as pessoas e com a vida. Há muita coisa a se fazer para melhorar esse cuidado com a vida, essa paixão pela vida: afinal de contas, Jesus disse que veio para dar vida em plenitude, então Ele deseja que todos os seus discípulos acolham a graça de Deus e tornem-se batalhadores em favor da vida.”
 
Para Monsenhor Raimundo Possidônio, coordenador da CF2020, “o cuidado com a vida requer da Igreja atenção, requer carinho, encontro, proximidade, solidariedade e também, quando necessário, tirar da marginalidade. Cada vez mais isso acontece com as pessoas que estão aí jogadas à beira da estrada, que ninguém cuida, tem um olhar de indiferença, um olhar que não cuida, que não ama”.
 
Para ele, a partir do exemplo das várias instituições e grupos da Igreja que já realizam o trabalho caritativo, que esta realidade possa ser ampliada. “Que todos os católicos possam realizar isso também. A sociedade está muito machucada, muito doente, violentada, então esperamos que todos nós nos envolvamos nesse grande trabalho de proximidade, de caridade, de amor. Não só um amor expresso numa celebração, mas um amor social. Um amor que vai ao encontro da realidade social que precisa de amparo”.

 
 
Foto: Luiz Estumano. 
 
Dentro da Arquidiocese de Belém há o Ministério da Caridade, integrado por novas comunidades, instituições, congregações e ONGs católicas, que realizam a promoção e defesa da dignidade humana. De acordo com Dom Antônio, tudo isso está inserido no que a Igreja pede: uma sensibilidade com os mais vulneráveis.
 
“Vivenciando agora o tempo da Quaresma somos chamados a aprofundar o sentido da fé. A fé sem caridade é falsa. O amor a Deus sem amor ao próximo é vazio. Então se insere nesse contexto. Na verdade, devemos sempre fazer Campanha da Fraternidade todos os dias, campanha permanente que vai muito além do tempo da Quaresma.”
 
Gesto Concreto
 
A Campanha da Fraternidade prosseguirá até o Domingo de Ramos, marcado para 5 de abril. Nesse dia ocorre a Coleta da Solidariedade, que se destina, em nível nacional e diocesano, para um gesto concreto, em consonância com a discussão que a própria campanha sugere. Em Belém, a coleta, na parte que cabe à Arquidiocese, será direcionada à construção de uma casa de acolhida para pacientes e seus acompanhantes, que se instalam nas proximidades do Hospital Metropolitano.
 
“Nós refletimos sobre várias realidades, que não são poucas. Então percebemos que a Região Episcopal São Vicente de Paulo tem o desejo de que nós construamos uma casa de acolhida. Queremos fazer isso, dar nossa contribuição para uma campanha de construção que não será só durante a Campanha da Fraternidade, mas que continuará até termos esse lugar de acolhida especialmente para quem vem do interior que vem acompanhar seus familiares e amigos nas consultas”, afirmou Dom Alberto. 
 
Santa Missa e Caminhada
 
No dia 29 a celebração teve início às 8h30, na quadra do colégio CESEP, com grande presença de fiéis e sacerdotes. Diversas instituições, entre elas, Fazenda Esperança, Caritas, Projeto Florescer, Fraternidade “O Caminho” e a Pastoral do Surdo, também estiveram presentes.
 
Na homilia, Dom Alberto afirmou que “a Quaresma é tempo de olhar para a frente, para a Páscoa. A Igreja vem convidá-los a fazer a experiência da penitência, da vida de oração e na Primeira Leitura convidá-los a fazer a bonita experiência da caridade”. Destacou, ainda, as três palavras do lema da CF2020 (viu, sentiu compaixão e cuidou dele Lc 10, 33-34):
 
“O primeiro apelo que lhes faço é abrir os olhos. O primeiro apelo de fraternidade que lhes faço é olhar ao seu redor”. Sobre a compaixão, o Arcebispo comentou que não se trata de olhar de cima para baixo, mas é “entender a vida dos outros, sofrer com o outro, ter um olhar de carinho”. Por fim, concluiu: “o que tem ao seu alcance, faça-o. A campanha é uma forma de viver a caridade, é um gesto nosso, serviço à sociedade.”
 
Após a homilia, um grupo de teatro encenou a parábola do Bom Samaritano que concluiu com personagens que lutaram em favor da vida, sendo lembrados, entre eles, Zilda Arns, Chico Mendes, Dorothy Stang e Irmã Dulce. Após a Santa Missa, os fiéis foram em caminhada até a Santa Casa de Misericórdia, acompanhados e animados por um trio elétrico. À chegada Dom Alberto deu a benção final.

 

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