Mensagem para a abertura do Jubileu: “Peregrinos da esperança”

Leia a Mensagem do Arcebispo para a Arquidiocese sobre a abertura do Jubileu

Foto: Luiz Estumano

Aos Sacerdotes, Diáconos, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, Membros das Pastorais, Comunidades, Movimentos e Serviços. A todos os fiéis nas Paróquias e Áreas Missionárias da Arquidiocese de Belém.

Caríssimos irmãos e irmãs,

“Spes non confundit – a esperança não engana» (Rm 5, 5). Sob o sinal da esperança, o apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama de vinte e cinco em vinte e cinco anos. Penso em todos os peregrinos de esperança, que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1). Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expetativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, a imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma”. (Bula de Proclamação do Jubileu)

Com as palavras do Papa no início da Bula de Proclamação do Jubileu de 2025, chegue a todos os irmãos e irmãs que comungam a mesma fé, impulsionados pela caridade, para aguardarem a “feliz esperança e a vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo” (Rito da Comunhão na Santa Missa). Todos unidos nos comprometemos a ser sinais e promotores da esperança que não engana, no meio de nossa sociedade tão fragmentada e machucada!

De acordo com a recomendação da Santa Sé, nossa Arquidiocese celebrará a abertura do Jubileu no dia 29 de dezembro de 2024. Sairemos em Peregrinação da Paróquia da Santíssima Trindade, às 9 horas. Todas as Paróquias e Áreas Missionárias que tiverem estandartes, bandeiras ou faixas devem estar identificadas, usando inclusive as cores próprias de cada Região Episcopal, com faixas que as caracterizem. Chegaremos à Catedral da Sé para a Santa Missa, concelebrada por todo o Presbitério, com a presença do Corpo Diaconal, Vida Religiosa, Comunidades de Vida e Alianças, Associações, Pastorais com seus símbolos, os Seminaristas e a expressiva presença do Povo de Deus, agora convocado e cujo chamado chegará através do zelo de nossas Paróquias e Áreas Missionárias.

Solicitamos às Paróquias e Áreas Missionárias que façam, especialmente nas Reuniões dos Conselhos Paroquiais de Pastoral, a leitura da Bula do Jubileu, que expõe os motivos da escolha do tema do Jubileu, ressaltando que “a Bula explicita como esse tema pode ser trabalhado, celebrado e testemunhado ao longo do Ano Jubilar”.

Para a nossa Arquidiocese, ficam estabelecidos como locais de peregrinação e indulgência durante o Ano Santo do Jubileu:

  1. A Catedral da Sé Metropolitana de Belém;
  2. Os Oito Santuários sejam “lugares sagrados de acolhimento e espaços privilegiados para gerar esperança” e locais para a Indulgência durante todo o ano de 2025. Convidamos as Paróquias a organizarem as peregrinações como experiências jubilares. São eles: Santuário São Judas Tadeu (Região Episcopal Santana – Devoção popular a São Judas, Pastoral das Ilhas e Pastoral dos ribeirinhos); Santuário de Nossa Senhora de Nazaré (Região Episcopal Santa Maria Goretti – Círio de Nazaré, Devoção Mariana, visitas de Nossa Senhora de Nazaré e livro de peregrinações); Santuário de Nossa Senhora Aparecida (Região Episcopal Santa Cruz – Devoção a Nossa Senhora Aparecida, congressos mariais, Comunhão com a Igreja no Brasil e CNBB); Santuário de Nossa Senhora do Bom Remédio (Região Episcopal Coração Eucarístico de Jesus – Pastorais Sociais, Pastoral da Saúde e dos Enfermos); Santuário São João Batista e Nossa Senhora das Graças (Região Episcopal São João Batista – Nova Evangelização e Pastoral Litúrgica); Santuário Santa Rita de Cássia (Região Episcopal São Vicente de Paulo – Pastoral Familiar, devoção a Santa Rita); Santuário de Nossa Senhora das Graças e da Medalha Milagrosa (Região Episcopal Menino Deus – Devoção Mariana e da Medalha milagrosa, Pastoral Catequética e Pastoral Juvenil) e Santuário Nossa Senhora do Ó (Região Episcopal Menino Deus – Pastoral do Turismo, Dimensão carismática da Igreja).
  3. Cada Santuário, junto com a Região Episcopal irá preparar quatro eventos referentes ao jubileu, sendo dois em cada semestre. Cabe-lhes preparar os seus peregrinos, promovendo abundantes celebrações do sacramento da penitência ao longo do ano. Os Santuários sejam pontos de chegada dos peregrinos e ponto de saída para a missão; deverão preparar, junto com a Região Episcopal, os missionários da esperança, que deverão ir ao encontro dos irmãos nas várias realidades: ruas, hospitais, abrigos, penitenciárias, periferias etc.
  4. As Paróquias e Áreas Missionárias terão, no dia de seu Padroeiro ou Padroeira, o dia de Peregrinação e Indulgência, apenas em sua respectiva Matriz, para valorizar o espírito comunitário e a sadias paroquialidade. Cada paróquia organize a sua peregrinação, estimulando o povo a participar, não apenas “por representação”, mas com um envolvimento popular amplo. O Jubileu é um tempo de graças especiais para todo o povo e para manifestações expressivas de piedade popular.
  5. A peregrinação anual da Arquidiocese para o Santuário Nacional de Aparecida, será uma peregrinação jubilar, ocorrerá nos dias 12 e 13 julho de 2025.

Estabelecemos como sinais do Jubileu na Arquidiocese: em todas as igrejas haverá três sinais do Jubileu: Medalhão, com a logomarca do Jubileu – a ser colocado na parte externa, sobre a porta, bem visível, para anunciar o Jubileu a todos e convidar a participarem. No interior das igrejas, perto do altar, em lugar destacado, haverá uma vela com a ‘chama viva da esperança’ do Jubileu. Perto da vela do Jubileu, deverá ficar uma Cruz e uma bandeira com a logomarca e o tema do Ano Jubilar.

Confiando na criatividade de tantas pessoas que se envolverão na realização do Jubileu, a Coordenação de Pastoral indica algumas propostas, a serem aproveitadas e ampliadas

  1. Organizar as festividades paroquiais de 2025 com temas relacionados ao Jubileu como a Esperança e a proposta de Peregrinação.
  2. Realizar nas Paróquias, Santuários e/ou Regiões Episcopais, Congressos, simpósios, conferências, retiros e catequeses sobre o tema do jubileu, os sinais do jubileu, a virtude teologal da esperança, penitência e a indulgência.
  3. Organizar a Formação Arquidiocesana para Ministros das Exéquias e celebração da esperança, para atuarem junto às famílias enlutadas.
  4. Preparar e fomentar a Peregrinação de Nossa Senhora de Nazaré nas regiões episcopais, durante o ano, apresentando a Virgem Maria como mulher ou mãe da esperança, como a peregrina da esperança. A Virgem Maria é a Mulher «vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça» (Ap12, 1). Elevada ao céu, é MÃE E RAINHA DE TODA A CRIAÇÃO, o tema do Círio de Nazaré 2025.
  5. A Solenidade de Corpus Christi será evento arquidiocesano, no Estádio Mangueirão, ocasião para se lucrar indulgência. O Pentecostes será realizado por Região Episcopal.
  6. Congressos, simpósios e cursos das Pastorais, movimentos, novas comunidades, voltados para a temática do Jubileu da Esperança.
  7. Organizar a Escola da fé ou similares, com formações especificas acerca de temas voltados para o jubileu.
  8. Promover mutirão de confissões em tempos específicos, tais como Quaresma e na preparação para as festas patronais das paróquias.
  9. Promover através da Cáritas a promoção da vida humana e sua dignidade.
  10. Cultivar a abertura à vida com ações concretas pela Pastoral Familiar;
  11. Valorizar e envolver mais pessoas na Pastoral Carcerária, a fim de favorecer o acompanhamento dos encarcerados e promover sua dignidade.
  12. Fortalecer e ampliar a atenção aos doentes e seus cuidadores, através da Pastoral da saúde e Pastoral hospitalar
  13. Fortalecer e promover o Acampamento Juvenil arquidiocesano, agendado para o primeiro final de semana de julho de 2025.
  14. Incentivar a participação de jovens da Arquidiocese no Jubileu da Juventude em Roma. Desejamos ter representação de todas as Regiões Episcopais.
  15. Desenvolver ações de cuidado com os migrantes e os índios Waraós (Venezuelanos)
  16. Implantar onde não existe e estimular onde já está organizada, a Pastoral da Pessoa Idosa nas Paróquias.
  17. Celebrar com iniciativas e criatividade e fortalecer o Dia Mundial dos pobres.
  18. Realizar Vigílias de oração para o cultivo pessoal da virtude da esperança.
  19. Celebrar com destaque o aniversário de dedicação das Matrizes Paroquiais, suscitando o vigor da esperança na maturidade da fé cristã.
  20. Organizar um dia de “peregrinação da esperança” para os lugares ou realidades sensíveis: hospitais, casas de idosos, obras sociais, entre outros.
  21. Celebrar uma “Hora reparadora”, em desagravo ao Sagrado Coração de Jesus; e a iniciativa “Vinte e quatro horas para o Senhor”.
  22. As Regiões Episcopais preparem folhetos explicativos sobre as indulgências, com explicações sobre sua importância, necessidade e condições para recebê-las.
  23. Estimular durante a Quaresma a tradicional “Caminhada penitencial”, revendo as causas da desesperança.

Sabemos que esta é uma lista extensa de propostas, a serem transformadas em ações pastorais correspondentes às possibilidades de cada situação pastoral. O mais importante é que estejamos atentos a uma proposta do Papa Francisco: “Em um mundo no qual o progresso e o retrocesso se entrelaçam, a Cruz de Cristo permanece a âncora da salvação: sinal de esperança que não desilude, porque está fundada no amor de Deus, misericordioso e fiel” (Papa Francisco, Audiência Geral, 21 de setembro de 2022). É o caminho da Sagrada Família de Deus que, no hoje da Igreja, avança em direção à Jerusalém celeste. (cf. Rito de Abertura do Ano Jubilar nas Igrejas Particulares).

Desejando os melhores frutos espirituais para a vida cristã de todos os fiéis, envio-lhes a bênção do Senhor, Pai + e Filho + e Espírito + Santo. Amém.

Belém, 24 de novembro de 2024,
Solenidade de Cristo Rei do Universo

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém

 

Fonte: Arquidiocese de Belém

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