Quaresma. Tempo de preparação para a Páscoa de Jesus Cristo. Tempo forte de conversão. Mas conversão de que, para que e por quê? Pensando no título desta coluna tento uma possível resposta a essas perguntas. Viver a Palavra de Deus – melhor dizendo: deixar a Palavra de Deus viver em nós – é uma meta. Sabemos que para alcançar uma meta é preciso percorrer um caminho. E como sempre age em nós a força do “homem velho” contra a do “homem novo”, e como nos deixamos levar mais facilmente pelo homem velho, é justamente nesta tensão que temos necessidade de conversão, de mudança de direção, pois só alcançamos o estilo de vida de “homens novos”, isto é, de pessoas guiadas pelo Espírito de Deus em nós, na medida em que acolhemos com docilidade a Palavra de Deus. Atitude fundamental de conversão é deixar-nos modelar pelo Evangelho que é um livro não comparável com nenhum outro porque nele é o próprio Deus quem fala. “Aquele que vem do alto está acima de todos – diz S. João – aquele, no entanto, que vem da terra, à terra pertence e fala conforme a terra” (Jo 3,31). Eis a diferença entre o que nós dizemos e o que diz Jesus: ele vem do alto; nós, da terra. As suas palavras são únicas, eternas: “A erva seca, a flor murcha, mas a palavra de nosso Deus permanece perene” (Is 40,6-8). Nesta quaresma rezemos assim: “Convertei-nos, Senhor; e ajudai-nos a construir nossa vida na rocha da vossa Palavra”. Amém.
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