Somos chamados a viver trinitariamente, isto é, segundo o modelo do relacionamento das pessoas divinas. Ao aplicar o modelo divino à nossa vida social é necessário prestar atenção para não incorrermos em certos erros de interpretação.
Um primeiro erro é o de instrumentalizar ideologicamente a chave trinitária para legitimar as próprias convicções; ou, o que é pior, para autojustificar nossa própria conduta errada. Pensemos no caso de que nos tenhamos habituado a exercer nossas responsabilidades familiares, eclesiais ou sociais, de modo autoritário. Nossa mente poderia crer que encontra um “fundamento trinitário” para justificar uma tal atitude, afirmando que a autoridade deve refletir o Pai, e por isso passamos a exigir uma obediência incondicional dos outros porque pensamos que eles devem agir “como o Filho”. E assim justificamos atitudes de tipo ditatorial e arbitrário pensando que estamos vivendo trinitariamente. Note que, inclusive com a melhor das intenções, podemos usar a realidade trinitária para defender nossos próprios interesses ou posições falsas, anacrônicas ou opressivas.
Um modo para evitar esse perigo é permanecer sempre abertos a nos corrigirmos quando advertimos uma tal atitude, confrontando-nos com outras ideias e experiências mais trinitárias que as nossas, reconhecendo quando atuamos de modo incorreto ou raciocinamos com uma lógica inadequada.
Um outro perigo é o medo de diminuir a realidade trinitária. Sobre isto leia na próxima semana.
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Assim na terra como no céu … Sem fundamentalismos (1)
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