Foto: Luiz Estumano. |
Quarta-feira, 6, a Arquidiocese de Belém realizou uma coletiva à Imprensa, no auditório da Cúria Metropolitana, lançar a Campanha da Fraternidade 2019 (CF 2019) e divulgar detalhes da abertura em âmbito arquidiocesano no sábado, dia 9, na ilha de Mosqueiro, distrito administrativo da capital paraense. Na ocasião estavam presentes o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa e o Vigário Geral da Arquidiocese e Coordenador da campanha, monsenhor Raimundo Possidônio da Mata. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou oficialmente a CF 2019, na quarta-feira de cinzas, na sede provisória da entidade, em Brasília, em cerimônia às 10h, transmitida ao vivo pelas emissoras de inspiração católica, dentre elas, a Rede Nazaré de Televisão, canal 30.1.
O tema “Fraternidade e políticas públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela Justiça” (Is 1, 27) norteia a Campanha da Fraternidade, realizada durante a Quaresma, tempo da caminhada cristã de penitência e conversão rumo à Páscoa para uma vida nova. A CF 2019 objetiva incentivar a participação dos católicos nas políticas públicas para o bem comum. Políticas Públicas definem-se por ações da nação, estados e municípios em prol do povo com a finalidade de promover a dignidade para toda uma sociedade, previstas da Constituição e em outras leis.
Ilha de Mosqueiro acolhe Igreja na abertura da Campanha no sábado, 9
A abertura da Campanha da Fraternidade 2019 será marcada com Caminhada e Santa Missa campal na praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, no distrito de Mosqueiro. A cada ano na Arquidiocese de Belém realiza a cerimônia de abertura em um local especifico da região Metropolitana da capital.
A concentração começará a partir das 8h, na confluência das ruas 16 de Novembro, 15 de Novembro e José Mota. Em caminhada, os fiéis percorrerão algumas vias do distrito, fazendo paradas em três pontos do trajeto. À chegada, em frente à Matriz, haverá a celebração eucarística.
Mensagem do Papa Francisco
Vaticano – Como já é tradição, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu quarta-feira de Cinzas, 6, a Campanha da Fraternidade (CF), neste com o tema é “Fraternidade e políticas públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27).
A CNBB apresenta a CF como caminho de conversão quaresmal com uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Em 2019, a Conferência convida todos a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro.
Acerca dessa mobilização da Igreja no Brasil, o Papa Francisco enviou ao povo brasileiro a sua mensagem, confiando a campanha à intercessão da padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida. Leia, na íntegra, a mensagem do Santo Padre:
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Com o início da Quaresma, somos convidados a preparar-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das “políticas públicas”.
Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam «o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição» (Gaudium et spes, 74).
Cientes disso, os cristãos – inspirados pelo lema desta Campanha da Fraternidade «Serás libertado pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do divino Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28) – devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça. De fato, como lembra o Documento de Aparecida, «são os leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada à santidade em virtude de sua vocação batismal, os que têm de atuar à maneira de um fermento na massa para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus» (n. 505).
De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política – à que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma «nobre forma de caridade» (cf. Papa Francisco, Mensagem ao Congresso organizado pela CAL-CELAM, 1/XII/2017) – requer-se que vivam «com paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação» (ibid.).
Refletindo e rezando as políticas públicas com a graça do Espírito Santo, faço votos, queridos irmãos e irmãs, que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, ajude todos os cristãos a terem os olhos e o coração abertos para que possam ver nos irmãos mais necessitados a “carne de Cristo” que espera «ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Bula Misericórdia vultus, 15). Assim a força renovadora e transformadora da Ressurreição poderá alcançar a todos fazendo do Brasil uma nação mais fraterna e justa. E para lhes confirmar nesses propósitos, confiados na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, de coração envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Vaticano, 11 de fevereiro de 2019.
Franciscus PP
PREPARAÇÃO
Antes do lançamento da campanha, de 28 de janeiro a 10 de fevereiro, foi realizado na Arquidiocese de Belém, formações sobre a CF 2019, que atendeu a região Metropolitana de Belém, inclusive o Baixo Acará, área ribeirinha de Belém. Segundo o Vigário Geral da Arquidiocese e Coordenador da (CF 2019), Monsenhor Raimundo Possidônio da Mata foi procurado esclarecer sobre as Políticas Públicas e, ainda, colher as sugestões para o gesto concreto, ou seja, uma obra voltada para o tema.
“As pessoas são forçadas a ter consciência da gravidade do problema, a ausência das políticas públicas. E é interessante nesse debate seja em nível da questão teológica, ou mais bíblica ou da questão social, como as pessoas começam a perceber determinadas situações. Por exemplo, em Marituba, a questão do lixão, em Belém, o problema do transporte, moradia, educação, violência. Tentamos que os próprios católicos assumam esse papel. É bom lembrar que, a Campanha da Fraternidade, nesse tempo de Quaresma é tentar levar uma conversão, nesse sentido uma conversão de uma participação maior na realidade que vivemos para que a gente tenha fraternidade, solidariedade, uma convivência mais fraterna com as pessoas”, disse o monsenhor.
Segundo o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, os temas da Campanha da Fraternidade são tirados de situações da sociedade, os Bispos procuram refletir a respeito disto. “Nós queremos contribuir com a sociedade, vou mudar até expressão: é uma campanha pela fraternidade. Nós desejamos ajudar para que o nosso mundo seja mais justo e mais fraterno, é a nossa contribuição! A sociedade não é feita só por católicos ou por cristãos, mas o que a gente sente, e aqui é com muita alegria que digo, o ano inteiro quando você vai às várias áreas, as várias escolas, às repartições públicas à todo momento o tema da Campanha da Fraternidade acaba ressoando, o que significa? Que nós estamos formando opinião pública e se conseguirmos fazer isso que este ano o tema das políticas públicas seja mais assumido, mais enfrentado pelas autoridades e por toda sociedade, então a nossa campanha já deu certo”, ressaltou Dom Alberto.
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Campanha da Fraternidade 2019 será aberta em Mosqueiro
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