Capacitação de internos das Casas Penais

Foto: Luiz Estumano.
 

Na última quarta-feira, 03, Dom Antônio de Assis Ribeiro, um dos bispos auxiliares, reuniu-se na Cúria Metropolitana, em Belém, com representantes de instituições católicas de ação social e Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), para discutir a parceria entre a Igreja e o Governo Estadual e favorecer qualificações aos internos das casas penais.


Segundo Dom Antônio, a ideia da reunião surgiu a partir da sensibilidade em relação à questão preventiva no que diz respeito à criminalidade infanto-juvenil: “a questão da preventividade só é possível se houver um trabalho conjunto entre as diversas instituições: a família, governos, igrejas, movimentos populares, empresas, e assim por diante. Enquanto estivermos desconectados e fragmentados, a criminalidade organizada vai continuar. Por isso não adianta a promoção da repressão à violência.”


Estiveram presentes na reunião do dia 3 a Cáritas Arquidiocesana, Escola Salesiana do Trabalho, Faculdade Católica de Belém, Missão Belém, Comunidade Fraternidade O Caminho, Fazenda da Esperança, Instituto de Desenvolvimento Humano e a Pastoral Carcerária.


Foram abordados com os participantes a necessidade de estimular um processo de reflexão sobre o déficit da ação conjunta para o enfrentamento dos problemas sociais. Destacou-se também a proatividade de ir ao encontro das demandas do governo, através da SUSIPE, dando a contribuição da igreja católica.
Convocou-se, ainda, os representantes das instituições com o fim de sensibilizá-los quanto às questões sociais e favorecer ao governo a possibilidade de contar com parcerias da Igreja Católica.


“Esperamos é que a questão da criminalidade, da violência juvenil e o alto índice de reincidência criminal possam ser entendidos e geridos, considerando a complexidade desse problema social e que seja acolhida e respeitada a possibilidade da contribuição de cada instituição católica. Cada instituição convocada deverá apresentar o seu planejamento e onde deverá organizar as próprias atividades. Algumas atividades serão promovidas dentro dos próprios presídios”.


No momento cada instituição representada comprometeu-se a apresentar a Susipe, com destaque, quais suas possíveis contribuições. A Susipe deverá apresentar um protocolo de exigências para os possíveis convênios, para em agosto haver nova reunião.

A Igreja e o cárcere

A Arquidiocese de Belém já desenvolve um trabalho no cárcere através da Pastoral Carcerária (PCr). A PCr busca ser a presença de Cristo e de sua Igreja no mundo dos cárceres, caracterizado pela superlotação e condições insalubres. Seu trabalho consiste em atendimento religioso às pessoas presas, contribuindo também para o processo de iniciação à vida cristã e para a vivência dos sacramentos, além de atuar no enfrentamento às violações de direitos humanos e da dignidade humana que ocorrem dentro do cárcere.


Entre suas características está o de estar junto das pessoas privadas de liberdade, a busca da libertação integral e a luta para cancelar toda legislação e normas contrárias à dignidade e aos direitos fundamentais das pessoas privadas de liberdade, assim como as leis que dificultam o exercício da liberdade religiosa em benefício dos reclusos e busca, a quem transgride o caminho, do resgate e de uma nova e positiva inserção na sociedade. A PCr defende ainda a dignidade da pessoa humana. Isso significa tratar o ser humano como fim e não como meio, não manipulá-lo como se fosse um objeto, respeitá-lo em tudo que lhe é próprio: corpo, espírito e liberdade.

 

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