Orientado pelo tema ‘Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida’ e o lema ‘Cultivar e guardar a criação’, a Campanha da Fraternidade 2017 (CF2017) traz uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para uma reflexão sobre o meio ambiente, sugerindo uma visão global das expressões da vida e dos dons da criação e os cuidados para com ela. Com início na Quarta-Feira de Cinzas, no próximo dia 1º de março, as formações sobre o texto-base aprofundam os fiéis para a temática proposta.
No tema, a CF2017 traz à tona a questão dos biomas brasileiros que estão ameaçados pela ação do homem. No Brasil, existem seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Cada um desses ambientes abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna. Não é de hoje que uma Campanha da Fraternidade uma abordagem sobre a questão ambiental, o assunto tem sido uma preocupação recorrente da Igreja no Brasil e da Santa Sé que vem atuando, por exemplo, outras CFs e documentos papais como a Laudato Si (Louvado Seja), que trabalharam o cuidado com a Criação.
Em nível local, o mesmo tem acontecido na Arquidiocese de Belém como aponta Monsenhor Raimundo Possidônio (Cid) da Mata, Vigário Geral para a Pastoral. “Já há algum tempo a Arquidiocese se empenhou concretamente para contribuir e melhorar as condições de vida da população a partir da CF. O resultado da CF 2007 sobre a Amazônia e outras levou-nos a concretizar o projeto da água nas ilhas e os sanitários ecológicos. Um grande trabalho realizado pela Cáritas de Belém”.
Monsenhor Cid destaca que desde 1972, vem acontecido uma verdadeira conversão pastoral assumida pelas dioceses o foi assumida em 1997 com o documento “A Igreja se faz carne e arma sua tenda na Amazônia” e com a carta-compromisso de 1990 que lançou o movimento “Um grito pela Amazônia, na cidade de São Francisco, Assis, na Itália. “São compromissos em defesa da vida de forma integral de acordo com a Doutrina Social da Igreja”, comentou.
O mesmo compromisso tem sido notado na CF2017 que, em seu texto-base, incentiva a criação de um Projeto de Lei que impeça o uso de agrotóxicos, além de indicar formas de combater mecanismos de exploração e desvio de recursos públicos. Ainda nesse sentido as pastorais, importantes grupos da Igreja, são o foco da CF que busca incentivá-las em sua atuação e fortalecer as redes e articulações.
“O problema ecológico não visa somente tratar ou cuidar do ambiente, mas também do ser humano, ecologia integral. Todos os segmentos e as forças vivas compõem uma teia de relações entre si para atuar em vista do bem comum, da defesa da vida e das coisas criadas por Deus. Não acontecerá mudança na sociedade se nós cristãos não dermos o exemplo de solidariedade e fraternidade: isso é o que nos identifica como cristãos. Mesmo na diversidade dos compromissos e ações pastorais a unidade em torno do problema ambiental é um imperativo. Aliás, isso extrapola o âmbito católico para nos tornar mais próximo de outros credos e religiões. Se existe algo em que nos podemos unir é em torno desse problema comum de toda a humanidade”.
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Formações
Desde o dia 30 de janeiro, a Arquidiocese de Belém vem promovendo a Semana de Estudo do tema da CF 2017 na região metropolitana. No sábado, 2, a Área Missionária das Ilhas encerrou os estudos do tema.
Para Monsenhor Cid, os encontros foram proveitosos. “O estudo que fizemos nos deixou muito esperançosos de que a Igreja de Belém assumirá seu papel na defesa da vida e na defesa de todas as realidades que nos envolvem e influenciam nosso bem viver. Creio que a CF nos dará uma sensibilidade maior para agirmos em comunhão e solidariedade com o sofrimento de nossa gente na busca de solução para tantos problemas levantados como propostas para o gesto concreto da CF”.
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Lançamento em Belém
A Campanha da Fraternidade 2017 terá sua abertura na Arquidiocese de Belém no dia 4 de março, na Ilha de Cotijuba, a partir das 9h. No dia haverá uma caminhada pelos caminhos e praias da Ilha e depois será celebrada a Eucaristia na Praia do Farol, sendo presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto Taveira Corrêa, acompanhado do clero arquidiocesano e do público em geral.
As regiões episcopais estão movimentando-se para conduzir os fiéis para ilha e participar da programação. Individualmente, cada paróquia deverá organizar sua programação de estudo sobre o tema, realizar as celebrações e contribuir para o gesto concreto através da coleta que é realizada no Domingo de Ramos.
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CF 2017 enfoca biomas brasileiros
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