CNBB lança tradução do Missal Romano

Foto: Luiz Lopes / Ascom CNBB

Foi lançada a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, segundo livro litúrgico mais importante na liturgia da Igreja depois do Evangeliário. O lançamento no dia 19 na reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi transmitido pela Rede de Vida de televisão e redes sociais da CNBB e Edições CNBB.BB.

Organizada pela Assessoria de Comunicação, Edições CNBB e Comissão Episcopal para a Liturgia, a cerimônia teve a presença do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giambattista Diquattro, do Arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, de Dom Ricardo Hoepers, Bispo Auxiliar de Brasília, secretário-geral e presidente da Edições CNBB, e do presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, Dom Hernaldo Pinto Farias, Bispo de Bonfim (BA).

Dom Jaime Spengler agradeceu o trabalho da Comissão de Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel), com destaque ao Arcebispo Emérito de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio, falecido dia 26 de julho deste ano. Agradeceu também o empenho da equipe da Edições CNBB na cuidadosa edição da publicação. “A Igreja que reza, a Igreja orante se inspira no passado, se expressa no presente e olha para o futuro. A liturgia antes de um raciocinar é um ser, antes de um fazer é um crer e viver”, disse.
O presidente da CNBB definiu o lançamento da terceira edição típica do Missal Romano como um “marco histórico” da caminhada da Conferência dos bispos e da Igreja no Brasil. “Devemos e precisamos reconhecer o imenso trabalho desenvolvido ao longo de quase duas décadas para que esta nova tradução do Missal se tornasse realidade”, destacou o pastor.

Percurso
O Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giambattista Diquattro, enalteceu o fato de a CNBB lançar a tradução após os 50 anos da primeira publicação do Missal Romano por Paulo VI. Ele destacou que o resultado do trabalho reflete a orientação traçada pelo Concílio Vaticano II sem deixar de respeitar a tradição e o legítimo progresso nos livros litúrgicos. “Esta edição representa, portanto, a última etapa no caminho da Igreja, fiel ao percurso traçado pela reforma conciliar”, disse.

Durante a cerimônia um vídeo mostrou o passo a passo da tradução, processo que levou 19 anos de trabalho, iniciados após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foi intenso o trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Cetel.

A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.

Beleza litúrgica
O presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, Dom Hernaldo, fez referência aos colaboradores e peritos da tradução, fruto de um trabalho que definiu como verdadeiramente sinodal. “Foi muito importante a revisão da tradução do missal para fazer aparecer na liturgia a riqueza teológico-litúrgica. Neste Missal, encontraremos o que é a celebração eucarística, sacramento maior da vida da Igreja”, disse.

Dom Hernaldo também foi membro da Cetel e disse que a tradução respeitou a tradição cristã da Igreja, uma vez que cuidou de textos das orações que são do primeiro século da Era Cristã e carregam uma teologia da Eucaristia e também uma atitude de obediência à Igreja, o que requer uma formação litúrgica para superar intervenções arbitrárias que podem ser cometidas na liturgia.

“Esse Missal, portanto, é fruto das decisões do Concílio Vaticano II sob as autoridades dos Papa Paulo VI e João Paulo II. É a única Lex Orandi do Rito Romano. Devemos tocá-lo, meditá-lo e assimilá-lo para não ficarmos apenas atentos às novidades e mudanças, mas sobretudo para saborearmos a beleza da liturgia e recuperarmos nosso encanto para com os ritos da Igreja Católica”, disse.

O secretário-geral Dom Ricardo Hoepers apresentou durante a cerimônia dados mais técnicos e curiosidades sobre a edição do Missal Romano à qual classificou como “primorosa”. Enfatizou ainda a estratégia e o processo logístico pensado para fazer o missal chegar a todas as dioceses do Brasil até o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do Advento, prazo estabelecido para que todas as comunidades católicas celebrem unidas a partir desta terceira edição do Missal Romano.

Dom Alberto participou do trabalho
O Arcebispo Metroploitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, teve parte no trabalho da nova edição do Missal Romano. Ele participou de todas as reuniões do processo para essa terceira edição no Brasil.

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