Colunista Ivens Brandão

       Santo do povo (conclusão)

Concluir o assunto no presente texto é tão somente força de expressão, uma formalidade, isto porque o relato sobre a vida de Santo Antônio exige o espaço de um livro, com pelo menos uma centena de páginas. Assim, limito-me ao relato sintético, flashes de uma vida moldada no cadinho da humildade e perpassada pela sabedoria de Deus, exemplo que já ecoa pelo mundo há mais de 800 anos.

Decorria o ano de 1222, quando o sacerdote, Frei Antônio, que então servia no conventinho de Monte Paulo, em Forli, norte da Itália, foi solicitado a substituir o pregador previsto para um importante evento na Catedral, lotada por fieis vindos de toda parte, onde realizar-se-ia a ordenação de jovens diáconos, reunindo o bispo, padres, frades e religiosas. Suas palavras, a princípio pausadas, tornaram-se eloquentes, expressando-se em italiano, assim atingindo o coração das pessoas mais simples. Em seguida passou a falar em latim, mostrando profundo conhecimento das Sagradas Escrituras, sensibilizando o clero presente, a começar pelo bispo.
 

Diante de tão auspicioso evento, a comunidade do conventinho de Monte Paulo, entendeu que Frei Antônio deveria ultrapassar os limites do convento e se lançar no mundo, tão necessitado da Palavra de Deus. De fato, eram tempos decadentes, quando a juventude não acreditava sequer nos valores da cultura; até mesmo a Igreja encontrava-se retraída, havendo um fosso entre a hierarquia e o povo, ensejando o surgimento de várias heresias. Foi diante dessa realidade que Frei Antônio proclamou a Boa Nova, a Verdade em Jesus Cristo.

Foi canonizado pelo Papa Gregório IX, antes mesmo que se completasse um ano do seu falecimento, em 1231, um recorde, diante dos costumes da Igreja. Em 16 de Janeiro de 1946, o Papa Pio XII proclama Antônio Doutor da Igreja, com o título de Doutor Evangélico.  

 

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