A Arte de interpretar bem

Por Padre Hélio Fronczak

Um jovem deitado na esteira de academia, está seguindo à risca (ou assim ela pensa) a recomendação do instrutor: “Passe pelo menos uma hora por dia na esteira”. Tecnicamente, ela não está errada, está?

Esta hilária interpretação literal nos lembra que, às vezes, na vida, ouvimos o que queremos ouvir. O instrutor certamente imaginou uma hora de corrida vigorosa, não uma soneca de 60 minutos sobre o equipamento de exercícios mais caro da academia.

Essa cena nos faz refletir sobre como frequentemente buscamos atalhos na vida. Queremos os resultados, mas nem sempre estamos dispostos a suar a camisa (ou neste caso, pelo menos vesti-la). É como querer músculos de aço sem levantar nada mais pesado que o controle remoto.

Mas antes de julgarmos nossa amiga, pensemos: quantas vezes não interpretamos as coisas da maneira que nos convém? “Coma mais vegetais”, diz o médico, e lá vamos nós devorar um pacote inteiro de batatas fritas, afinal, batata é um vegetal, certo?

Esta imagem também nos lembra a importância da comunicação clara. Talvez o instrutor devesse ter sido mais específico: “Corra na esteira por uma hora”. Embora conhecendo a criatividade humana, alguém provavelmente encontraria uma maneira de interpretar isso como “corra ao redor da esteira por uma hora”.

No fim das contas, esta cena econômica nos ensina que o caminho para o sucesso (seja na academia ou na vida) recentemente envolve ficar deitado esperando que as coisas aconteçam. Pelo menos, é claro, que seu objetivo seja se tornar um campeão de cochilo em equipamentos de atletismo.

Lembre-se: a vida é como uma esteira – você pode ficar parado e ser jogado para trás, ou pode se esforçar e avançar. E se você decidir que realmente precisa de uma soneca, pelo menos escolha um lugar mais confortável que uma esteira de academia!

Que todos possamos encontrar o equilíbrio entre interpretar as instruções da vida corretamente e, ocasionalmente, dar uma de espertinho. Afinal, um pouco de criatividade (e uma boa risada) nunca fez mal a ninguém – mesmo que não queime tantas calorias quanto uma hora de corrida.

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