Encruzilhada: qual escolha?

Por Pe. Helio Fronczack

A imagem de uma pessoa parada no asfalto com as duas flechas indicando direções opostas é perturbadora. Na verdade retrata uma impossibilidade física: uma pessoa não pode caminhar em duas direções, simultaneamente. Ambos os pés devem seguir o mesmo caminho. E é, precisamente, aqui que está uma importante lição para o cotidiano de nossas vidas.

Quantas vezes nos encontramos diante de encruzilhadas? Quantas vezes nos encontramos diante de várias possibilidades a seguir e precisamos fazer escolhas. E quantas vezes queremos seguir dois caminhos ao mesmo tempo. Desejamos a honestidade, mas também o lucro fácil. Buscamos a paz interior, mas alimentamos ressentimentos. Proclamamos valores, mas agimos conforme nossos interesses imediatos. Desejamos seguir o Evangelho de Cristo e nos deixamos levar pelas seduções de propostas opostas. Muitas vezes somos como a pessoa da imagem: paralisados, incapazes de prosseguir o caminho.

A vida exige coerência. Não podemos ser pessoas de integridade apenas quando convém. Não podemos amar o próximo enquanto o julgamos. Não podemos servir a Deus e, simultaneamente, servir ao egoísmo. A divisão interna nos paralisa e nos impede de crescer. É Jesus mesmo quem nos adverte: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24).

A verdadeira liberdade não está no fato de ter múltiplas opções, mas, sim, em fazer a escolha certa e caminhar com ela. Escolher um caminho implica, necessariamente, renunciar os outros. Significa aceitar as consequências de nossas decisões. Significa viver com autenticidade.

Como sair de uma encruzilhada? É preciso ter a coragem de escolher a direção. Colocar ambos os pés na mesma direção que nosso coração deseja. Uma vida vivida com propósito e coerência é, infinitamente, mais valiosa do que uma vida dividida entre contradições.

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