Entre ventos e vassouras

Por Padre Helio Fronczak

Sabe aquela sensação de estar remando contra a maré, de se esforçar ao máximo e não sair do lugar? É o que a imagem expressa e a legenda esclarece: “Se ainda venta, não adianta varrer! Espere o momento certo para agir”. A cena, à primeira vista, pode parecer cômica ou até mesmo frustrante. No entanto, ao analisarmos mais atentamente, percebemos que ela carrega uma mensagem valiosa para a nossa vida. Quantas vezes nos encontramos em situações semelhantes, desperdiçando energia e recursos em tarefas que, devido a circunstâncias desfavoráveis, estão fadadas ao fracasso?

A vida, muitas vezes, nos apresenta desafios que se assemelham a esse vento incessante. Projetos que não decolam, metas que parecem inatingíveis, relacionamentos que se desgastam. Nesses momentos, a tentação de persistir a qualquer custo pode ser grande, impulsionada pela nossa própria teimosia ou pela pressão externa.

No entanto, a imagem nos ensina que nem sempre a ação é a melhor resposta. Às vezes, é preciso ter a humildade de reconhecer que as condições não são favoráveis e que insistir em vão só nos levará ao esgotamento e à frustração.

A verdadeira sabedoria reside em saber identificar esses momentos de “vento forte” e ter a paciência de esperar que a tempestade passe. É usar esse tempo para refletir, planejar, aprender e se preparar para agir com mais eficiência quando o cenário se tornar mais propício.

Não se trata de desistir dos nossos objetivos, mas sim de escolher o momento certo para lutar por eles. É como um agricultor que espera a estação adequada para plantar e colher, ou um navegador que aguarda a maré favorável para zarpar.

Portanto, quando você se sentir como o bonequinho da imagem, lutando contra um vento implacável, pare por um instante e reflita: será que este é o momento certo para agir? Ou será que é melhor esperar que a ventania cesse e, então, retomar a tarefa com renovado vigor e inteligência?

Lembre-se: a vida é feita de ciclos, e nem sempre podemos controlar as forças da natureza. Mas podemos, sim, controlar a nossa reação a elas. E, às vezes, a maior demonstração de força é a capacidade de esperar.

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