Fraternidade, igualdade, equidade

Por Padre Helio Fronczak

A imagem ilustra, de forma clara, a diferença entre igualdade e equidade. Enquanto a igualdade se preocupa em dar a todos as mesmas oportunidades, fornecendo os mesmos recursos, a equidade reconhece que as pessoas partem de lugares diferentes, com diferentes necessidades e desafios e, portanto, precisam de apoios distintos e personalizados para alcançar os mesmos objetivos.

 

Na vida cotidiana, essa distinção é fundamental e se manifesta em diversas áreas: em uma sala de aula, num ambiente de trabalho, em uma comunidade religiosa, na sociedade. Enquanto a igualdade, em sua forma mais básica, limita-se a dar a todos as mesmas condições e meios, a equidade se preocupa em oferecer suporte adicional a quem mais precisa para alcançar os mesmos objetivos, levando em consideração não apenas o desempenho, mas também as barreiras que cada indivíduo enfrenta.

 

Em relacionamentos de família ou comunidade, a igualdade pode se manifestar em dividir as tarefas domésticas igualmente, como lavar a louça e cuidar do jardim. No entanto, a equidade considera as necessidades físicas e emocionais individuais de cada pessoa. Se uma pessoa está se recuperando de uma doença ou está passando por um período de estresse no trabalho, o outro pode oferecer mais apoio, assumindo mais tarefas ou simplesmente oferecendo um ombro amigo. Isso garante que ambos se sintam valorizados, cuidados e apoiados em suas necessidades individuais.

 

A equidade também se aplica à comunicação, onde cada um deve ter a oportunidade de expressar seus sentimentos e necessidades sem julgamento, e onde ambos se esforçam para entender a perspectiva do outro.Ao adotarmos uma mentalidade de equidade, reconhecemos que as necessidades variam amplamente e que a justiça real exige mais do que simplesmente tratar todos da mesma forma.

 

A equidade nos convida a sermos mais atentos, compassivos e proativos na criação de um mundo onde todos tenham a oportunidade de prosperar e se desenvolver completamente. Isso implica em questionar sistemas injustos e defender políticas que promovam a inclusão e a justiça social.

 

A imagem da criança precisando de dois caixotes para ver por cima do muro nos lembra que, às vezes, um pouco de apoio extra, um ajuste nas condições, ou um reconhecimento das diferenças individuais pode fazer toda a diferença para que alguém possa participar plenamente e contribuir para a sociedade. Ao abraçar a equidade, construímos uma sociedade mais justa e inclusiva, onde cada pessoa tem a chance de alcançar seu pleno potencial, independentemente de sua origem, habilidades, ou circunstâncias.

 

A equidade não é apenas um ideal, mas um imperativo moral e social que exige ação e compromisso contínuos. Só assim, sendo equânimes, cultivamos a verdadeira fraternidade

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