Homilia Dominical – Mt 11,2-11

Por Pe. Romeu Ferreira

Evangelho de Domingo | 14.12.2025

A) Texto: Mt 11,2-11

2João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos para lhe perguntarem: 3“És tu aquele que há de vir ou devemos espertar um outro?.” 4Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” 7Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no reino dos céus é maior do que ele”.

B) Comentário

“João estava na prisão” (v 2). A prisão foi sempre um local de provas da fé e de provação dos mensageiros de Deus; pois é na dificuldade que aprimoramos a fé em qualidade. Os apóstolos foram presos, como Pedro: “Mas, enquanto Pedro estava sendo mantido na prisão, fazia-se incessantemente oração a Deus, por parte da Igreja, em favor dele” (At 12,5); Paulo (At 21,27ss), e os demais; como o próprio Jesus (Mt 26,47-56; Mc 14,43-52; Lc 22,47-53; Jo 18,2-11); todos passaram por tais padecimentos.

O início da informação sobre a missão de Jesus se dá com a presença do precursor João Batista, na prisão. Há vários tipos de prisões e o Cristo nos veio libertar de todas elas. Mesmo preso, João continua se informando para melhor desempenhar sua missão de precursor; ele quer ter certeza de indicar bem o ungido, por excelência. Ele procura saber quem é Jesus; se Jesus já é a realização do Advento, o “que há de vir”, se ele é a esperança presente, ou devemos continuar esperando pelo Messias, o Cristo prometido (v 3)? O mestre responde valendo-se da testemunha dos que foram enviados e diz: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo” (v 4). Ora, a visão complementa a audição. Este é um procedimento humano, mas também divino: “Iahweh disse consigo: ‘O grito de Sodoma e Gomorra é muito grande! Seu pecado é muito grave! Vou descer e ver se eles fizeram ou não tudo o que indica o grito que, contra eles, subiu até mim; então ficarei sabendo’” (v 21-22). João preso quer saber quem é Jesus; e o mestre responde com sinais, e dá a “dica”: constatar a recuperação dos cegos, paralíticos, leprosos, surdos e mortos, assim como a valorização dos pobres, destinatários primeiros do Evangelho (v 5).

Jesus recebe a pergunta de João e logo se dirige a multidão sobre o que foram ver no deserto, local de provação e conversão (Os 2,16), comentando: “O que fostes ver no deserto? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta”. O profeta anuncia o futuro, mas aqui já temos o presente.

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