Por Pe. Helio Fronczack
A imagem é um sol com muitos raios. Em cada raio, há pessoas caminhando na direção do sol. Quanto mais se aproximam do sol, mais próximas ficam umas das outras. O sol é Deus; os raios são a vontade de Deus para cada um.
Essa imagem simples revela uma verdade profunda: quando cada pessoa segue, sinceramente, a vontade de Deus em sua vida, simultaneamente, se aproxima de todas as outras que também caminham em seus próprios raios.
A verdadeira fraternidade não nasce de contratos políticos ou campanhas sociais, mas de pessoas fiéis ao seu chamado divino. O padre vivendo sua vocação sacerdotal, o professor educando com amor, a mãe dedicada à família, o jovem entregue ao trabalho – todos caminham em raios diferentes, mas convergem para Deus.
Aqui está o segredo: não há solidão para quem segue a vontade de Deus, pois está conectado a uma multidão invisível de irmãos e irmãs que buscam o mesmo. Essa é a comunidade autêntica. O perigo existe quando alguém se desvia de seu raio, buscando gratificação pessoal fora da vontade divina. Nesse momento, afasta-se não apenas de Deus, mas também da capacidade de amar, verdadeiramente.
A metáfora nos convida a respeitar profundamente o raio único do outro, sem julgamentos nem imposições. Cada vocação, cada chamado particular, converge para o mesmo sol. A fraternidade verdadeira brota, naturalmente, quando fazemos a vontade de Deus. Não é um sentimento forçado, mas uma realidade descoberta. Fidelidade ao chamado divino gera, inevitavelmente, amor fraterno autêntico e duradouro.
Jesus nos ensinou essa verdade quando disse: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (João 13,34). Mas esse amor não é abstrato; é concreto e se realiza quando cada um cumpre, fielmente, a vontade de Deus em seu estado de vida. É no cumprimento do dever, na fidelidade à vocação, que descobrimos a capacidade de amar o próximo com aquela mesma entrega total com que Jesus nos amou.
Que possamos caminhar juntos em nossos raios, convergindo sempre para o sol de Deus, vivendo a fraternidade que nos une e transforma.




