Caríssimos leitores, eis que nos encontramos no quinto Domingo da Quaresma, isso significa que estamos numa maior proximidade da celebração da Páscoa do Senhor. Sentimo-nos envolvidos, neste ano jubilar, por uma atmosfera de profunda esperança em Deus. Será que estamos aproveitando bem deste tempo para renovarmos nossas ações, que muitas vezes se distanciam dos apelos do Evangelho?
Para esta ocasião, conto com a colaboração de Ir. Maria Rejiane Dias-fc, a fim de evidenciarmos, juntos, a última parte do texto-base da Campanha da Fraternidade 2025, que aborda a perspectiva do Agir/Propor, como percurso de comprometimento, e também adentrarmos na liturgia dominical.
Nos domingos passados contemplamos a realidade, nos iluminamos com a Palavra de Deus e os ensinamentos da Igreja e, hoje, chegamos ao ápice, que é o compromisso a ser abraçado em âmbito pessoal, comunitário e social. Não podemos ser indiferentes ao clamor dos pobres e da terra. Precisamos alimentar um olhar otimista e realista, convictos de que ainda podemos evitar piores impactos climáticos em nosso planeta.
Por isso, convido a nos empenharmos em: adotar um estilo de vida menos consumista; evitar o desperdício de água; escolher alimentos sustentáveis; reduzir o uso de descartáveis; realizar processos formativos sobre ecologia integral (Texto-base da CF 2025, nº 156-157).
Vamos, juntos, assumir esta “Causa e Casa que é Comum”! E para isso, a liturgia deste domingo já nos motiva através da profecia de Isaías: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca” (Is 43, 18-19). Precisamos avançar nos caminhos de boas práticas diárias de cuidado com toda a criação, porque Deus quer fazer coisas novas.
Em sintonia esperançosa, nos confirma o salmista: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!” -Sl 125(126). Somos chamados a viver as alegrias do Evangelho mesmo diante das provações e desafios da missão, porque não há ressurreição sem a experiência da paixão e cruz. A vida nova nasce da perseverança de que o Reino de Deus se constrói no hoje de nossa história.
No Evangelho (Jo 8,1-11), somos confrontados com uma cena de uma mulher surpreendida em adultério. O texto apresenta a hipocrisia dos mestres da lei e dos fariseus na linha de intolerância contra uma mulher, com o intuito de confrontar Jesus. Desejam reprovar em público a atitude de Jesus frente ao caso dela. E a reação d´Ele se resume na pergunta: “Quem, dentre vós, não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe a primeira pedra” (Jo 8, 7). Diante da interrogação, a maldade deles cai por terra no sentido de que precisam se retirar dali, pois sabiam da condição pecadora de todo o ser humano.
Em quantas ocasiões acabamos sendo levados pela hipocrisia, pela intolerância e pela duplicidade de intenção? Cuidemos de nossos pensamentos e sentimentos, para que eles não tencionem para a maldade, que não vem de Deus.
A atitude deles, quando se retiram do ambiente, permite que a mulher faça seu encontro pessoal com Jesus, que a faz dar um passo significativo na sua vida: reconhecer seu pecado e, a partir daquele momento, mudar de vida. Aprendemos de Jesus a não condenar o pecador, mas oferecer-lhe meios de sair das trevas para a luz. Como afirma o próprio Cristo: “Ninguém te condenou? Eu também não te condeno. Podes ir e, de agora em diante, não peques mais” (Jo 8, 11).
Jesus insiste em seus ensinamentos que o amor transforma a vida humana, fazendo uma pessoa “nascer de novo!”. A intenção divina é o amor, e do amor nasce a vida, e o amor salva!
Por fim, deixemo-nos tocar pelas palavras do Papa Francisco: “Deus nunca se cansa de nos perdoar; nunca! O problema está em nós, que nos cansamos de pedir perdão. Não nos cansemos jamais, nunca nos cansemos! Ele é o Pai amoroso que sempre perdoa, cujo coração é cheio de misericórdia por todos nós. E, por nossa vez, aprendamos também a ser misericordiosos para com todos. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora que teve nos seus braços a Misericórdia de Deus feita homem”(Ângelus, 17/03/2013).
