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Foto: Luiz Estumano. |
Com informações da Catedral de Belém – Quarta-feira, dia 17 de junho de 2020, às 19h, a Catedral Metropolitana promoveu um momento memorável para a Igreja de Belém do Pará: o Concerto de Abertura do Jubileu de Prata da Reinauguração do Órgão da Sé. O repertório com canções sacras eruditas, contemporâneas e populares foi executado por artistas locais e, em virtude das recomendações atuais de saúde, o concerto não foi aberto ao público, sendo transmitido pelo YouTube da Catedral de Belém: www.youtube.com/catedraldebelem.
O grande Órgão de Tubos Cavaillé-Coll, construído pelo maior organeiro do mundo do século XIX, o francês Aristide Cavaillé-Coll é um instrumento musical de elevada importância para a história da Arquidiocese de Belém e para o Patrimônio Cultural do Estado do Pará. O concerto também teve o objetivo de arrecadar recursos financeiros para a manutenção da Catedral e de suas obras sociais.
O concerto teve Paulo José Campos de Melo, organista titular da Catedral de Belém desde a reinauguração do órgão, que acompanhou a participação especial de Alba Mariah, Andréia Pinheiro, Rita Cavalcante, Luciana Tavares e Eduardo Nascimento, regente da “Schola Cantorum” e do Coral da Catedral de Belém.
Atualmente, o Órgão Cavaillé Coll é executado nas liturgias semanais e nas solenidades da Catedral de Belém, e também em concertos durante o ano, com a participação de organistas nacionais e internacionais.
HISTÓRICO – Inaugurado, em primeira audição a 9 de setembro de 1882 por dois organeiros e organistas franceses, Veerckamp e Moor, funcionou durante quase 70 anos. O instrumento foi comprado por 15 contos de réis por Dom Antônio de Macedo Costa, Bispo do Pará à época. A inauguração, presidida por Dom Antônio, teve caráter solene e, como convidadas, as mais graduadas autoridades do Império do Brasil.
O Órgão Cavaillé-Coll da Catedral está instalado no coro, mede 8m de altura por 5,5m de largura e 3,5m de profundidade. Possui 25 mil peças para funcionar – dois manuais e pedaleira.
O jornal da época, “A Constituição”, noticiou: “Este magnífico órgão foi mandado construir pelo nosso Prelado, em Paris, nas oficinas de Mr. Aristides Cavaillé Coll, o mesmo que fabricou os célebres órgãos da Basílica de São Dionísio, de Sta. Madalena, de São Vicente de Paulo, de Sta. Clotilde, da Trindade, de São Sulpício e de Nossa Senhora de Paris. Mede 5m. e 17 cms. de largura, 3,5 m. de fundo e 8,5 m. de altura. A caixa é de carvalho polido tendo as trombetas de metal. Compõe-se de duas peças distintas, contendo uma os tubos, foles e seus acessórios, e a outra os teclados, registros e pedais. Tem três teclados, sendo dois manuais e um pedal, de forma nova, igualmente de carvalho, com sustenidos feitos de pau das Ilhas. Os teclados manuais são também de carvalho, com placas de marfim e ébano. O órgão tem 22 registros manuais, distribuídos igualmente ao lado dos teclados, e mais 7 pedais, sendo o do centro, o pedal EXPRESSO e, os outros, comunicativos dos registros. No mecanismo geral notava-se muita simplicidade na transmissão do movimento dos teclados para as válvulas. O fole é feito pelo sistema de bombas com reservatórios reguladores. As vozes desse majestoso instrumento são extraordinárias, admirando-se a surdina (caixa de expressão) que imita a voz celeste humana, e até o trovão de efeito indestrutível. Incontestavelmente, o órgão da Sé é o maior e melhor em todo o Brasil, e o custo anda em quinze contos de réis. Seu construtor elevou esse instrumento a urna perfeição até hoje inimitável e desconhecida. Não tem competidor e nas exposições está sempre fora de concurso”. (In O Liberal, 1983, p.6). (KERR, Dorotéa Machado. Possíveis Causas do Declínio do órgão no Brasil. Rio de Janeiro, UFRJ, Escola de Música, 1985 – Anexo, republicado no jornal “O Liberal”, 1983).
O Grande Órgão ficou parado por 45 anos e ameaçava desabar. Em 1995, iniciou-se uma forte campanha em toda a cidade de Belém que perdurou o ano inteiro. A restauração aconteceu na França, por sugestão do então organista de Notre Dame de Paris. A Firma Theo Haerpfer de Boulay-França foi escolhida. A reinauguração, com a presença de autoridades, deu-se a 14 de junho de 1996, festa do Sagrado Coração de Jesus, sob a presidência de Dom Vicente Joaquim Zico, Arcebispo Metropolitano de Belém, à época.
O órgão da Sé de Belém é o maior Cavaillé-Coll da América Latina. A cidade de Belém viveu dias esplendorosos de cultura por ocasião da reinauguração do Grande Órgão de Tubos Cavaillé-Coll, construído pelo maior organeiro do mundo, do século passado, Aristide Cavaillé-Coll. Os organistas da reinauguração foram o alemão Hans Bönish e o paraense Paulo José Campos de Melo.
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