Foi de São Francisco a ideia genial de montar um presépio vivo, com uma criança no colo dos pais, pessoas caracterizadas como os personagens daquela luminosa noite de Belém de Judá, tudo feito com muita simplicidade e devoção. De São Francisco para cá, os presépios se enfeitaram e cresceram. Muitos deles acrescentam elementos de nossa época, e tudo se ajusta para a verdadeira evangelização que é a visita ao Menino Deus na gruta de Belém, esta que se multiplica em tantas outras grutas ou cidades espalhadas pelo mundo inteiro. Os olhares das crianças nos tomem pelas mãos para visitar muitos presépios, inclusive aquele que se encontra em nosso coração de meninos e meninas crescidos. É Natal!
Preparamos a festa mais uma vez. Se há dois mil e dezessete anos ainda estão muito lotadas as hospedarias ou hotéis para José e sua esposa Maria, que estava grávida, queremos abrir as portas de nossas casas, para que ali, no recesso de nosso lar, a presença de Jesus aconteça. Aprendendo com os profetas que anunciaram a vinda de Jesus, recolhendo todas as lições da história do Povo eleito, quase que às apalpadelas, descubramos, ajudados por Anjos, Pastores, Reis Magos, até pelos animais da estrebaria de Belém, mais do que tudo conduzidos pelas mãos de Maria e José, vivamos de tal forma que seja Natal em nossa vida.
Condições para que Jesus nasça em nós e no meio de nós, são algumas atitudes a serem desenvolvidas, quase às pressas nestes dias que nos aproximam de Belém de Judá. A primeira é sermos homens e mulheres de esperança, pessoas capazes de olhar para o alto e para a frente, confiados na promessa feita por Deus. Coragem para sermos mais profetas e poetas, sonhadores, trovadores pelas nossas ruas, com olhos brilhantes de futuro, teimosos em sonhar com o que há de melhor na vida, para que seja Natal. Gente com coragem para proclamar bem alto: “Um broto vai surgir do tronco seco de Jessé, das velhas raízes, um ramo brotará. Sobre ele há de pousar o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e compreensão, espírito de prudência e valentia, espírito de conhecimento e temor do Senhor. No temor do Senhor estará sua inspiração. Não é pelo que vê à primeira vista que ele fará seu julgamento, nem dará sua sentença pelo que acabou de ouvir. Julgará os fracos com justiça, com retidão dará sentença em favor dos humilhados da terra. Castigará o opressor com a vara que é sua boca, matará esse criminoso com o sopro dos seus lábios. A justiça será o cinto que ele usa, a verdade o cinturão que ele não deixa. O lobo, então, será hóspede do cordeiro, o leopardo vai se deitar ao lado do cabrito, o bezerro e o leãozinho pastam juntos, uma criança pequena toca os dois, a ursa e a vaca estarão pastando, suas crias deitadas lado a lado; o leão, assim como o boi, comerá capim. O bebê vai brincar no buraco da cobra venenosa, a criancinha enfia a mão no esconderijo da serpente. Ninguém fará mal, ninguém pensará em prejudicar, na minha santa montanha. Pois a terra estará repleta do conhecimento do Senhor, assim como as águas cobrem o mar” (Is 11,1-9). Sim, porque da “cepa brotou a rama, da rama brotou a flor, da flor nasceu Maria, de Maria o Salvador”.
Condição para que seja Natal é que as mães sejam parecidas com Maria, os pais com José e todos nós com Jesus de Nazaré! Deixar para trás as rusgas, ressentimentos, maldades, ciúmes e invejas! Acreditar nos laços que nos unem e são muito maiores do que as diferenças! Vale para a família de cada um de nós e vale para a família da humanidade, que tem uma reserva de esperança e de bondade plantada pelo próprio Deus! Trata-se de esconjurar o mal, e o melhor exorcismo é espalhar o bem, falar bem, querer bem! Aí se criam as condições para celebrar o Natal.
Condição para celebrar o Natal é o presente, o único que realmente vale, Jesus, Senhor e Salvador, acolhido com fé. Como consequência, contar os dias, anos ou séculos e a pequenez de nossa vida nesta terra, a partir do eixo que é Jesus Cristo. Voltar-nos para ele e para sua presença, recordando que fomos batizados, renascidos em Cristo, para vivermos uma vida nova. Acolhendo-o de novo e sempre, poderemos receber o anúncio dos anjos, de que chegou para todos uma grande alegria, para nos tornarmos anunciadores de Cristo pela palavra e pelo testemunho pessoal.
Em Belém de Judá, gruta e manjedoura, nascimento, visita de pastores e reis magos, tudo fala de relacionamento, tudo respira o amor de caridade, onde a vida é dada, recebida e compartilhada. Ninguém se exclua do amor que brota do presépio. Nenhum cristão jogue fora o que lhe é próprio, a experiência da presença de Jesus Cristo. A palha de nosso presépio seja tecida com fé, esperança e caridade, para celebrar o Natal e sua força irresistível contagie todos os que conosco convivem.
Condição para celebrar o Natal é viver o que cantamos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele amados!”
Santo e feliz Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, neste ano dois mil e dezessete do nascimento do Senhor em nosso mundo, na fragilidade e na grandeza de nossa carne!
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Conversa com meu povo: Celebrar o Natal
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