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Nosso calendário gira em torno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Muitas vezes encontramos escritos da Igreja em que consta esta referência, dizendo “Ano do Senhor de dois mil e vinte”, para fazer um exemplo e provocar-nos, positivamente, a entender que para nós, cristãos, esta é a referência principal. Se os meses do ano civil correm com nomes vindos de outras fontes, e nós os usamos por estarmos num mundo pluralista, cada ano, de novo, abrimos o tempo de Deus e o tempo da Igreja com o Primeiro Domingo do Advento.
O Ano Litúrgico se constituiu ao redor do Domingo, Páscoa Semanal, com a presença do Cristo Morto e Ressuscitado entre nós, com a força do seu mistério de Salvação e Graça. A partir daí, veio a celebração da Páscoa anual, assim como a Eucaristia diária, Páscoa de Cristo presente. E o tempo da Igreja se organizou em dois Ciclos, o do Natal e o da Páscoa, para que todo o mistério de Cristo seja contemplado e frutifique na vida dos fiéis, com as várias etapas de sua presença salvadora e suas consequências na humanidade.
O Ciclo do Natal comporta o Tempo do Advento, o Tempo do Natal e da Epifania, com a meditação e os frutos do Mistério da Encarnação do Verbo de Deus, seu nascimento em Belém e suas manifestações. Trata-se reviver na Liturgia cada passo e descobrir os traços de vida e santidade que se expressarão em nossa profissão de fé e na prática da vida cristã, especialmente na caridade. O Ciclo da Páscoa, começa com a Quaresma, Semana Santa, Páscoa e Tempo Pascal, para conduzir-nos ao Pentecostes e o desdobramento da vida cristã no Tempo Comum. O ano inteiro é povoado de vida e de oportunidades de santidade para todos!
Começamos o Advento, olhando para a vinda definitiva do Senhor, no fim dos tempos, pelo que continuamos a clamar “Vinde, Senhor Jesus!”. Por isso a liturgia do primeiro do domingo nos apresenta a vinda definitiva do Senhor e suscita em nós as atitudes de prontidão permanente para o encontro com ele. Depois, por duas semanas, somos convidados a meditar e acolher o Senhor Jesus que vem, hoje e agora, para acolhê-lo na Igreja, no próximo, em sua Palavra, na Eucaristia e agindo na história. Na última semana antes do Natal, que muitos chamam “Semana Santa de Natal”, acompanharemos, conduzidos pelas mãos de Nossa Senhora, os acontecimentos que precederam a chegada do Salvador.
Com a Virgem Maria, clamaremos a vinda do Salvador, dizendo: “Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo,e atingis até os confins de todo o universo e com força e suavidade governais o mundo inteiro: ó vinde ensinar-nos o caminho da prudência!Ó Adonai, guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na sarça ardente e lhe destes vossa lei sobre o Sinai: vinde salvar-nos com o braço poderoso!Ó Raiz de Jessé, ó estandarte, levantado em sinal para as nações! Ante vós se calarão os reis da terra, e as nações implorarão misericórdia:Vinde salvar-nos! Libertai-nos sem demora!Ó Chave de Davi, Cetro da casa de Israel, que abris e ninguém fecha, que fechais e ninguém abre: vinde logo e libertai o homem prisioneiro, que, nas trevas e na sombra da morte está sentado. Ó Sol nascente justiceiro, resplendor da Luz eterna: Oh, vinde e iluminai os que jazem entre as trevas e, na sombra do pecado e da morte, estão sentados. Ó Rei das nações. Desejado dos povos; Ó Pedra angular, que os opostos unis: Ó, vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da terra! Ó Emanuel: Deus-conosco, nosso Rei Legislador, Esperança das nações e dos povos Salvador:Vinde, enfim, para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus! Na véspera do Natal, rezaremos assim: Quando o sol aparecer no horizonte, contemplareis o Rei dos reis sair do Pai como o esposo de seu quarto nupcial.
Como viver o Advento do Senhor? Em primeiro lugar, cultivar a virtude da Esperança, que nos garante o sentido profundo de nossa vida nesta terra, iluminada pela fé. Vale experimentar a grandeza da bondade de Deus, que se manifestou com sua força infinita em Cristo, traduzindo nossa gratidão com o amor ao próximo, que é presença de Jesus em nossa vida. É ainda tempo de uma devoção profunda à Virgem Maria, e este é o tempo mais propício para cultivar estas atitudes!
Advento é tempo de expectativa, tempo de reconhecimento da fragilidade de nosso tempo, nossos propósitos e nossas condições de fidelidade a Deus, para apostar tudo nele, com absoluta e total confiança, clamando “Vinde, Senhor Jesus! Maranatá!”
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Conversa com meu povo: O tempo da Igreja
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