A beleza da fé nas devoções Marianas

Por Dom Paulo Andreoli, SX  – Bispo Auxiliar de Belém

Caríssimos leitores, eis que nos encontramos no Quarto Domingo da Páscoa, dentro de um mês muito especial para a Igreja Católica, o mês de maio, que nos lembra a bonita devoção à Virgem Maria, que recebera ao longo das gerações, inúmeros títulos, por isso é conhecida por diferentes nomes. E para me ajudar nesta ocasião mariana, contarei com o olhar feminino de Ir. Maria Rejiane Dias, fc.

E por falarmos sobre esses tantos nomes dados a ela, lembramos que Maria é chamada de “Rainha do Céu”, “Mãe da Igreja” e “Estrela do Mar”, dentre outros. Cada um desses títulos destaca diferentes aspectos de sua vida e de seu papel na história da salvação. Por exemplo, “Mãe da Igreja” confirma sua maternidade espiritual em relação aos cristãos.

Recordamos que as devoções marianas manifestam uma significativa expressão da profunda fé católica que ultrapassa fronteiras, tempos e culturas, através da união de milhares de fiéis que em todos os cantos do mundo revelam um especial amor e devoção à Virgem Maria.

Sabemos que desde o início do cristianismo Maria é venerada como a Mãe de Jesus e, aos pés da cruz de seu Filho, é oferecida como mãe da humanidade inteira, tornando-se assim a mãe de todos os cristãos. Suas aparições e expressões devocionais do povo indicam diversas práticas religiosas que caracterizam cada região, mas todas com um sentimento de filial a preço e admiração por suas virtudes tão singulares.

Acompanhamos diariamente pelos meios de comunicação e redes sociais as inúmeras festividades em honra à Virgem Maria que fazem crescer cada vez mais, em várias partes do mundo, as intensas peregrinações.

Na América Latina, por exemplo, a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do México, atrai milhões de peregrinos todos os anos. A imagem da Virgem Morena é um símbolo de esperança e proteção, e sua devoção é um elo forte entre os mexicanos e sua identidade cultural. E isso se estende aos demais países latinos, porque Ela é conhecida como “Senhora da América Latina”.

Na Europa, a devoção à Nossa Senhora das Graças, em Paris, é igualmente significativa. As aparições de 1830, quando Maria apareceu à jovem Irmã do Seminário das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, geraram um movimento de fé que se espalhou pelo mundo. A Medalha se tornou um sacramental, pois a mesma Virgem do Céu prometera que todas as que usassem a Medalha ao pescoço com confiança, receberiam muitas graças. A Capela das Aparições na França se tornou um dos locais de peregrinação mais importantes, recebendo visitantes de todos os cantos do planeta, que contemplam naquele lugar de luz um sentimento de paz e acolhimento de intenções.

No Brasil, as aparições da Senhora Aparecida, em São Paulo, e da Senhora de Nazaré, em Belém, traduzem um mar de pessoas que acorrerem a estes santuários marianos com uma fé de estremecer as entranhas e encher os olhos de lágrimas. São olhares que se cruzam com as imagens e que deixam os corações conversarem livremente com o divino.

Além das festividades, as devoções marianas se manifestam em práticas cotidianas, como a recitação do terço, do ofício da Imaculada Conceição, das ladainhas, bem como a construção de pequenos oratórios nas casas e a participação em novenas. Essas práticas não apenas fortalecem a fé pessoal, mas também criam laços comunitários, promovendo um sentimento de devotos da Virgem Maria que se unem num só coração e uma só alma.

As devoções marianas também têm um papel importante na promoção da paz e da justiça social. Muitas comunidades se mobilizam em torno de causas sociais, inspiradas pelo exemplo de Maria, que é vista como uma intercessora e protetora dos necessitados. A figura de Maria, que enfrentou desafios e sofrimentos, ressoa com aqueles que lutam por um mundo mais justo e fraterno.

Com as palavras do Salmo deste 4º Domingo Pascal, confirmamos o amor de Deus pela humanidade ao nos confiar aos cuidados de uma boa Mãe, porque: “É bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente”! (Sl 99/100, 5)

Que possamos, a exemplo de Maria de tantos nomes, crescer no amor ao Senhor e na solicitude de amor e serviço ao próximo, sendo servos e servas de Deus.

Compartilhe essa Notícia

Leia também