Dom Irineu Roman: quatro anos de ordenação episcopal

 

Na segunda-feira, 19, o Bispo Auxiliar de Belém, Dom Irineu Roman, da Congregação São José (Josefinos de Murialdo), completa quatro anos de ordenação episcopal. Na ocasião Dom Irineu preside Missa Solene, às 19h, na Paróquia de São José de Queluz, em Canudos.  

Em 2014, o Papa Francisco nomeou Dom Irineu para ajudar na evangelização da Igreja no Estado do Pará. A cerimônia de ordenação de Dom Irineu aconteceu no município de Vista Alegre do Prata, interior do Rio Grande do Sul, dia 19 de março daquele ano.
 
Na cidade natal, em uma manhã de quarta-feira, Dia da Solenidade de São José, Dom Irineu disse “sim” ao ministério episcopal, tendo como lema episcopal “Vim para servir”. A ordenação de Dom Irineu foi feita com a imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa. Estavam presentes o Bispo de Ponta de Pedras, Dom Teodoro Mendes, na época Bispo Auxiliar de Belém, o Arcebispo Emérito de Belém, Dom Vicente Joaquim Zico, o Bispo de Caxias do Sul, Dom Alessandro Ruffinoni, e outros membros do clero. 
 
Desde então, Dom Irineu assumiu o seu novo ministério com zelo e com muita responsabilidade, sendo um dos principais objetivos servir a Igreja e estar ao lado dos mais necessitados. Dentre seus compromissos estão o de bispo responsável pela Pastoral da Ilhas, em 2015, e bispo referencial da Pastoral do Turismo, nomeado, em 2016, pela presidência da CNBB. 
 
Nesta entrevista exclusiva Dom Irineu destaca a missão à frente do ministério episcopal que lhe foi confiado, em 2014, e revela algumas curiosidades.
 
 
Jornal Voz de Nazaré – Qual a sua avaliação durante esse período fecundo como bispo Auxiliar de Belém?
 
Dom Irineu Roman – Avalio como um período de muitos frutos, muitas bênçãos nas atividades de bispo auxiliar. No começo foi um período de aprendizagem, de experiência de como ser bispo, mas depois eu fui aprendendo sobre o ministério episcopal, sobre as funções do bispo, o serviço do bispo. Foram muitas as experiências ao longo desses quatro anos. No começo estive em formação em Brasília com novos bispos, momento rico de conhecimento para saber qual é a função do bispo, como é que funciona o ministério do bispo e também conhecer o que o Direito Canônico fala sobre a tarefa de ser bispo dentro de uma Igreja particular, dentro de uma Arquidiocese que tem toda uma estrutura, uma organização própria em termos pastorais administrativos, a serviço das pessoas, do anúncio do Evangelho, da evangelização, da missionariedade. Na Itália tive também a oportunidade de participar do curso dos bispos. No Vaticano nos encontramos com o Papa Francisco. Foi também uma experiência, uma aprendizagem de como deve ser o bispo, como ele deve agir dentro de uma Igreja. Depois dos cursos o meu trabalho melhorou em qualidade. Eu me envolvi muito nas visitas pastorais, no trabalho em conjunto com os demais; com Dom Alberto e os demais bispos, sempre em conjunto, a serviço da Igreja. A Igreja tem a dimensão da fé, da esperança e da caridade,  seus três fundamentos. Durante esse período fiz muitas visitas pastorais às paróquias, às comunidades, o trabalho da Pastoral das Ilhas, que foi algo muito forte.
 
JVN – Seu lema episcopal é “Vim para servir”. O que o atraiu e ainda atrai nessa passagem bíblica?
 
Dom Irineu – Eu escolhi esse lema “Vim para servir”, porque é o lema que o próprio Jesus Cristo utiliza quando está com os seus apóstolos. Ele dá o exemplo de como os apóstolos devem se comportar no mundo. Várias passagens da Bíblia falam disso. Jesus profere aquela famosa frase: “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). Então, baseado nessa passagem,  extrai três palavras “Vim para servir”. É uma maneira de ser de Jesus. Na última ceia Jesus lava os pés dos discípulos e diz assim: “Vocês devem fazer isso que eu estou fazendo com vocês, vocês devem servir uns aos outros”, que é o serviço. O nosso ministério é um serviço à Igreja, um serviço aos necessitados, aos pobres, à missão da Igreja, à evangelização. Penso que é um servir diferente, que não é um servir tendo em vista a si mesmo, é um serviço a Deus, é um servir ao próximo. Ser bispo é fazer caridade, é levar a evangelização às pessoas. Por isso que eu escolhi “Vim para servir” como lema.  Poderia ter escolhido outro lema, mas achei importante, naquela hora, naquele momento. Servir faz parte da Igreja. O papa é um servo, o próprio Jesus Cristo é visto como servo. O bispo é como um apóstolo, temos a função dos apóstolos de servir. De servir o quê? Servir o anúncio do Evangelho, da boa notícia, da Palavra, da evangelização, mas também servir na caridade e aos doentes.
 
JVN – Em 2017, o senhor assumiu um novo compromisso, a apresentação do Programa “Em Família”, da TV Nazaré. Qual a marca que esse programa procura deixar?
 
Dom Irineu – Integro o Conselho Curador da Fundação Nazaré de Comunicação e senti a necessidade de dinamizar a Família Nazaré, em prol do anúncio da Boa Nova, para eles serem colaboradores da Família Nazaré e poderem fortalecer a FNC do ponto de vista administrativo. O meu trabalho, porém, não é a parte administrativa, é a da evangelização. Sugeri realizar o trabalho de evangelização durante as visitas às famílias e, consequentemente, o programa. Daí eu faço uma visita às casas como bispo auxiliar, ou seja, um trabalho de evangelização dessa família. Com isso eu ajudo a Fundação Nazaré de Comunicação administrativamente, talvez trazendo mais gente para colaborar com a Fundação Nazaré. As pessoas estão gostando e perguntam: “Quando vai ter na minha casa?” Porque eu estou indo como bispo, não estou indo como um profissional da comunicação. Eu estou fazendo uma visita de bispo, é claro que a gente faz o programa. Eu faço o programa de modo muito familiar. Eu creio que é assim que as pessoas gostam porque a maioria dessas pessoas é simples, são pessoas humildes. As pessoas colaboram porque sabem que estão colaborando para a evangelização através dos meios de comunicação da Arquidiocese de Belém. Então, eu faço como muito amor, com muito carinho, com muito empenho. Enquanto Deus me der a graça de ajudar, eu vou continuar.
 
JVN – O que o senhor espera para o futuro?
 
Dom Irineu – O futuro a Deus pertence (risos). Eu já tenho quatro anos como bispo auxiliar de Belém. Por enquanto eu continuo em Belém até me chamarem para outra missão. O dia em que me chamarem para outra missão, eu estou pronto: “Eis-me aqui, Senhor”. 
 
Para encerrar, Dom Irineu, em poucas palavras:
 
Um exemplo? Dom Vicente Zico.
Uma comida? Açaí.
Uma personalidade? O Papa Francisco. 
Um lugar? As Ilhas de Belém.
Um pedido? Paz. Que haja mais paz em nossa cidade.
Uma lembrança? O dia da minha ordenação episcopal. Pois este foi o momento que mudou a minha vida. Mudou porque eu assumi outro serviço, um novo ministério que é a serviço da Igreja, de grande importância, de grande responsabilidade.
 
 
 

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