O Papa Francisco concluiu o Sínodo dos Bispos no Vaticano no domingo, 29 de outubro, com Missa. A XVI Assembleia Geral Ordinária reuniu desde o início de outubro cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, a quem ele destinou a sua homilia.
Francisco exortou todos a crescer na adoração a Deus e no serviço ao próximo: “é aqui que está o coração de tudo” para fazer “a Igreja que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva dos últimos. Uma Igreja que acolhe, serve, ama. Uma Igreja com as portas abertas, que seja porto de misericórdia”.
A Adoração ao Santíssimo Sacramento revelou-se essencial à caminhada na vida de Igreja, segundo o Pontífice. “Que esta seja uma atividade central para nós, pastores: dediquemos, diariamente, um tempo à intimidade com Jesus, Bom Pastor, diante do sacrário. Adorar. Que a Igreja seja adoradora! Adore-se o Senhor em cada diocese, em cada paróquia, em cada comunidade! Porque só assim nos voltaremos para Jesus, e não para nós mesmos.”
A Assembleia ocorreu aos moldes do que Francisco denominou de “conversação do Espírito”, um encontro onde notou-se rica a “terna presença do Senhor”, a “beleza da fraternidade”, sempre “à escuta do Espírito”.
Francisco declarou que os resultados do processo podem demorar a aparecer, mas é certo que florescerão. “Hoje não vemos o fruto completo deste processo, mas o Senhor deverá guiar e ajudar todos a ser Igreja mais sinodal e missionária, que adora a Deus e serve as mulheres e os homens do nosso tempo, saindo para levar a todos a alegria consoladora do Evangelho”.
O Sínodo teve por tema um clamor “por uma Igreja sinodal”, pedindo comunhão, participação e missão de todos os pertencentes da Igreja com o objetivo de ouvir, como povo de Deus, o que o Espírito Santo diz à Igreja.
Carta ao Povo de Deus
Dia 25 de outubro, na última semana da primeira sessão da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, a Carta ao Povo de Deus foi divulgada. Mais aplausos notados, como já ocorrera por ocasião da leitura no dia 23 de outubro pela Assembleia, realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano.
Pequenas sugestões de mudanças e acréscimos ao texto, particularmente sobre as traduções para os diversos idiomas foram feitas, a convite do cardeal secretário geral Mario Grech, sendo aceitas, informou Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão para a Informação.
A carta contém relatos dos participantes do Sínodo afirmando que com eles portavam as expectativas, os questionamentos e os receios dos fiéis das comunidades de todo o mundo, que falaram suas experiências a partir do pedido do Papa Francisco.
Os trabalhos contam com mais de 360 representantes de diversos lugares do mundo, sendo 12 brasileiros.
“Juntos, na complementaridade das nossas vocações, carismas e ministérios, escutamos intensamente a Palavra de Deus e a experiência dos outros. Usamos o método de conversação espiritual, partilhamos humildemente as riquezas e as pobrezas das nossas comunidades em todos os continentes, procurando discernir aquilo que o Espírito Santo quer dizer à Igreja hoje”.
Oração pela paz
O Sínodo acontece ao tempo de guerras e conflitos armados entre povos, cenário doloroso, onde há feridas abertas em nossa sociedade. “Rezamos pelas vítimas da violência assassina, sem esquecer todos aqueles que a miséria e a corrupção atiraram para os perigosos caminhos da migração. Comprometemo-nos a ser solidários e empenhados ao lado das mulheres e dos homens que operam em todo lugar do mundo como artesãos da justiça e da paz”.
Conversão
O documento fala que a vocação da Igreja é anunciar o Evangelho colocando-se a serviço do amor infinito com que Deus ama o mundo. “É a confiança que nos dá a audácia e liberdade interior que experimentamos, não hesitando em exprimir livre e humildemente nossas convergências e as nossas diferenças, os nossos desejos e as nossas interrogações, livre e humildemente”.
Próximos passos
Os encontristas querem que na segunda sessão do Sínodo, em outubro de 2024, a Igreja participe de forma dinâmica e missionária nas comunidades.
“Não tenhamos medo de responder a este apelo. A Virgem Maria, a primeira no caminho, nos acompanha em nossa peregrinação. Nas alegrias e nas fadigas, ela mostra o seu Filho que nos convida à confiança. É Ele, Jesus, a nossa única esperança!”.