Encontro Fraterno: Passado, presente e futuro

 
 

Em conversa com o netinho caçula, que estava para completar sete anos, perguntei qual o presente que gostaria de ganhar. Depois de um instante de hesitação, mencionou uma arma de brinquedo ora em moda. Para não o desapontar com uma negativa de pronto, passei a relatar minhas experiências enquanto menino, com uma espingarda de ar comprimido, o que acabaria me levando a maltratar animais. Também relatei que havia manejado várias armas enquanto prestava o serviço militar, depois refletindo sobre os horrores de uma guerra. 
 
O passado é como se fora uma arma de dois gumes, podendo-se dele extrair ensinamentos, mas também lembranças que nos maltratam, ou mesmo envergonham. Tomando-se o nosso passado como um caminho percorrido, temos a lembrar flores e espinhos, planícies verdejantes e cavernas escuras. O que nos liga ao passado são as lembranças, por vezes de fatos recentes, como os dias que sucederam àqueles em que estive hospitalizado, quando me pareceu ‘trazer nas costas’ o hospital para casa, as dificuldades ali vividas. No entanto, o passado longínquo tantas vezes fustiga o momento presente com mais intensidade.
 
Na vivência do tempo presente, a psicologia pode nos ajudar a sublimar as lembranças dos delitos cometidos, das ofensas recebidas. Além dos recursos que a ciência oferece, nós, cristãos, contamos com o apoio da Igreja, quando, por exemplo, recomenda termos cuidado com as lembranças do nosso passado, conhecido pelo maligno, que pode usá-lo contra nós, levando-nos a remoer os ‘entulhos’ acumulados, em um processo de intoxicação dos mais danosos. Devemos, sim, tudo colocar aos pés do Crucificado, na certeza de sermos perdoados.
 
Enquanto percorremos o tempo presente, peçamos a assistência do Espírito Santo, a Misericórdia divina, na esperança em um futuro que a Deus pertence.
 

 

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